quinta-feira, 20 de março de 2014

Dilma: Inferno Astral


                                

       De uns tempos para cá, as más notícias se sucedem, e a novidade é que Dilma Rousseff não consegue sair do inferno astral. Aécio Neves, o provável candidato do PSDB, a quem se acoimava não gerar fatos políticos, entrou pesado na refrega.

       Da tribuna do Senado, Aécio cobrou explicações, propondo a criação de um grupo na Comissão de Fiscalização e Controle para investigar as denúncias e acompanhar as investigações de outros órgãos (o TCU e a Polícia Federal acompanham o caso). O Senador por Minas Gerais acusou a Presidenta de fazer da Petrobrás uma OGX, numa referência ao conglomerado de Eike Batista, cujas empresas se acham sob recuperação judicial.

      Contraditando Dilma Rousseff, executivos da Petrobrás disseram à Folha que a então chefe da Casa Civil e na época presidente do conselho de administração da Petrobrás, tinha à sua disposição o processo completo da proposta de compra da refinaria de Pasadena (EUA). Tais assertivas foram feitas por força do comentário de Dilma, que disse ter apoiado a medida porque recebeu ‘informações incompletas’ de um parecer ‘técnica e juridicamente falho’.

      A colunista Eliane Cantanhêde, em sua nota-editorial de hoje, traz mais elementos de alta combustibilidade para a questão.  Depois de reconhecer que o petróleo é nosso, mas (que) a Petrobrás só produz problemas para a presidente Dilma Rousseff, a jornalista expressa a própria surpresa: ‘Só não dá para entender por que Dilma, em mais um ato impetuoso, depois de anos de silêncio, resolveu fazer uma nota para os repórteres  Andreza Matais e Fábio Fabrini (do Estado de S. Paulo), reconhecendo que votou no Conselho de Administração a favor de um negócio todo enrolado por que se guiou em informações “incompletas” e num parecer “técnica e juridicamente falho”.

       Consoante a Cantanhêde, ‘com isso, Dilma tenta livrar a própria cara, mas se enrola ainda mais ainda na história mirabolante da compra (da refinaria) (...) e joga na fogueira a antiga gestão da Petrobrás’.

      Além disso, a colunista da Folha refere que ‘a companhia apresenta resultados assustadores para os brasileiros e constrangedores para a presidente.’ Citando cálculos feitos pelo jornalista Elio Gaspari, ‘a perda de valor de mercado da Petrobras e da Eletrobras, juntas, já bate  em US$ 100 bilhões desde a posse de Dilma, em 2011.’  

       Ao cabo, e como se não bastasse, a estocada final, que lembra o sólito golpe de misericórdia nas touradas: ‘há algo de muito errado no reino da (...) Petrobrás, como, aliás,em toda a área de energia, justamente a que alavancou a carreira e a imagem da “gerentona” Dilma.’

        O PMDB reexamina a possibilidade de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás. Já na oposição, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR) defendeu a instação da CPI da Petrobrás em plenário e protocolou requerimento para ouvir Nestor Cerveró, o diretor internacional da estatal na época, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa.

        A tal respeito, observou Rubens Bueno: “É de estranhar que a presidente Dilma, chamada de ‘gerentona’, de executiva, de excelência, tenha aprovado essa compra milionária sem ler o contrato. Mais estranho ainda é só agora, oito anos após o episódio, ela ter admitido que foi induzida a erro por um parecer falho. É cada vez mais necessária a instalação da CPI da Petrobrás.”

    

(Fontes: Folha de S. Paulo, O  Globo)

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