Apelação de Dilma
Apesar de que o governador-eleito de Minas,
Fernando Pimentel, tenha dito discordar dos métodos fortes e duros na
propaganda eleitoral, é pouco provável que Dilma Rousseff (e o seu marqueteiro)
vá dar-lhe tento. Pois foi com esse mesmo approach
que João Santana desconstruiu a frágil Marina e preparou, assim, o seu
derretimento e a vitória da candidata oficial.
Pimentel discordou igualmente da frase
‘quem conhece Aécio não vota nele’, que Dilma já cunhara a respeito de seu
rival do segundo turno. Pelo visto, o dileto amigo de Dilma – agora com a
desenvoltura de quem venceu a sua parada – não logrará mudar os critérios da
Presidenta. Se até aqui a cousa marcha a seu favor – e muito em função da
respectiva truculência – é mais do que duvidoso que ela vá agora abraçar as
maneiras delicadas...
Nessa linha, a pedido de Dilma, Guido Mantega faltou à reunião do Fundo
Monetário Internacional (com noticias ruins e a pasta leve de que serviria a
sua presença em Washington?). Ainda por cima, com gentilezas para a patroa que
lhe dera aviso prévio, partiu para cima de Aécio/Armínio, vaticinando que a
política adversária, se eleito o tucano, causará recessão, desemprego e até
cortes de programas sociais.
Esquecida da crise que vive Pindorama
por sua causa, D. Dilma voltou à tecla de que a situação do país era
“fantasmagórica” no governo FHC.
Forçoso, no entanto, assinalar que dona
Dilma está assustada diante das perspectivas. Pois não é que recorreu para a
sua arma de última instância, Aloizio Mercadante, Ministro da Casa Civil, que
se licenciará para assumir a coordenação da campanha?
Por falar nisso, depois do vexame do
Padilha para governador, e os totais de
São Paulo favorecendo a Aécio em detrimento de Dilma, alguém poderia
informar por onde anda o milagreiro dos postes ?
De novo a Inflação
O Povo brasileiro sabe bem
quem nos trouxe a inflação de volta. Agora, com o IPCA em 6,75 %, além de estourar
mais uma vez o teto, e com o Brasil em
recessão técnica, compreende-se que Mantega tenha achado até melhor não participar
da reunião do FMI.
Tampouco surpreende que o Fundo tenha
cortado ontem a estimativa do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do
Brasil para 2015, de 2% para 1,4%, que,
como sublinha O Globo, é a revisão de
maior magnitude entre as principais economias do planeta.
Democracia não exclui as boas maneiras
Em sua coluna de hoje,
Miriam Leitão nos relembra que a educação e a elegância não se contrapõem à
democracia. Vejam, v.g., o comportamento de Marina cumprimentando os dois
candidatos que a superaram nesta eleição.
Dado o caráter acrimonioso do debate
político, a elegância do cumprimento aos vencedores exige da perdedora “pôr o
ritual da democracia acima de sentimentos pessoais”, como o refere com a
habitual precisão Miriam Leitão.
Nesse ponto, a campanha de Dilma
Rousseff se assinalou pela má-fé.
Semelha importante a comparação de Miriam entre Fernando Collor contra
Lula, e por Dilma contra Marina: “são os pontos mais feios das nossas campanhas
presidenciais”.
Essas campanhas, no entanto, e em
especial a última, não teriam ocorrido se não existissem condições estruturais
para torná-la possível. Depois de doze anos de petismo institucional, quem
negaria a existência de instâncias de aparelhamento em órgãos do estado
constitucional ?
(Fontes: O Globo, site de O Globo, Folha de S. Paulo)
(Fontes: O Globo, site de O Globo, Folha de S. Paulo)
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