sábado, 4 de outubro de 2014

Às vésperas do Primeiro Turno

                           

 
        Dilma Rousseff  é apontada por Datafolha e Ibope como líder isolada neste primeiro turno, mas a sua performance registra menos votos válidos no Sudeste (Rio, São Paulo, Minas Gerais e Espírito) dos que teve em 2010.

        Por força da queda de Marina, Dilma tem hoje 45%  - em 2010, obteve 47%, chegando perto de ganhar no primeiro turno.

        Por sua vez, o comportamento de Marina Silva, se se admitir leitura otimista, a partir dos totais que ora detém, se ela logra estancar a tendência declinante (tem 36% no Rio e 34 % em SP), dispõe de vantagem  de 8% em relação aos totais de 2010 (quando Marina surpreendeu o Brasil com cerca de 19 milhões de votos).  Essa performance, obtida com um tempo televisivo ainda menor do que o atual (então cerca de um minuto; em 2014, cerca de dois minutos) a transformou, de imediato, em uma pretendente à Presidência a ser levada com seriedade no futuro.

        No Rio de Janeiro, era propósito do PSB fazer uma carreata com Marina e Beto Albuquerque. A despeito de ter boa votação no estado – seguindo de perto a Dilma, 39 contra 36, e à distância por Aécio com 19 – o PSB carioca, na prática, boicotou a carreata, eis que não se dignaram aparecer, nem o ambíguo Roberto Amaral, nem o neófito político Romário (que na sua iniciação política, diante de contrafeito padrinho político, confundira PSB com o PSDB). Depois de sua tentativa de antecipar as eleições internas no PSB para antes do primeiro turno, tentativa que deu chabu, Amaral – que alegadamente tem muitas simpatias pelo PT – e que não se tem mostrado dos mais entusiastas adeptos de Marina, passou as eleições partidárias para fins do ano. Pelo visto, está mais interessado em acolchoar o seu ninho partidário, do que em cuidar das perspectivas de Marina Silva.

         É interessante notar que, a despeito das opiniões pessimistas do Datafolha no que tange ao comportamento da candidata do PSB no primeiro turno, a fria e objetiva realidade dos dados por ela colhidos – e semelha um tanto estranho prognosticar tendências (negativas) para o futuro, com base em dados positivos presentes – entre os candidatos, Marina é a única que tem menos projeções negativas (em relação à performance de 2010 – em que Serra substitui Aécio) com respeito ao presente. Assim, no Sudeste, só tem um resultado negativo (contra quatro de Dilma e três de Aécio); no Sul, quatro positivos, contra três de Dilma, e quatro negativos de Aécio; no Nordeste, são todos (9) positivos, contra um negativo (menos treze por cento em Pernambuco e mais três sem progresso,para Dilma, enquanto para Aécio, os nove estados são todos negativos; no Centro-Oeste, Marina registra um negativo (Distrito Federal) e quatro positivos, Dilma, dois negativos (DF e MS), e Aécio ganha no DF e perde nos demais.

        Por último, no Norte, Aécio ganha apenas no Amazonas e perde nos demais seis; já Marina vence com folga no Acre, Pará e mais três estados, perdendo em dois; e Dilma cai no Amazonas e no Pará, vencendo no Amapá, Roraima e Tocantins.

 

( Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo )   

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