domingo, 12 de outubro de 2014

Colcha de Retalhos B 39

  

  O Mar de Lama do PT na Petrobrás


          Dilma Rousseff não trepidou em reclamar das últimas revelações quanto à institucionalização da propina na Petrobrás, segundo revelações judiciais de depoimentos do ex-Diretor  Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff.

          A Presidenta chegou a afirmar que não se deveria permitir esse tipo de revelação em período eleitoral. Por sua vez, a direção nacional do PT disse estranhar a exposição das denúncias perto da eleição.

          Obviamente perturbada diante da enormidade da denúncias sobre corrupção – e pelo fato de que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebia para a sigla como se fosse alocação de dotações  orçamentárias as somas desviadas de obras da estatal – a Presidente Rousseff considerou na prática incompatíveis com o momento as revelações da imprensa. Data vênia, é justamente o contrário. A opinião pública nacional tem o direito de ser informada da enormidade de o que está sendo feito contra a Petrobras com a institucionalização da propina ao PT e mais dois partidos da base governamental no Congresso. E, a fortiori, que tal ocorra em momento tão importante para a Nação como é a eleição presidencial.  Se tal data não é reputada oportuna para que tais denúncias sejam levadas ao conhecimento do Povo Soberano, então quando o será?

           Como dirigentes petistas – inclusive a Presidenta - houvessem estranhado que depoimentos na Justiça vazassem na imprensa, o Juiz competente afirmou que, em se tratando de processo penal, os depoimentos das Partes são ostensivos.

            Segundo o doleiro Youssef, o Presidente Lula nomeou Paulo Roberto Costa para a Petrobrás pressionado pelos partidos – PMDB e PP. Nesse sentido, a pauta da Câmara teria sido travada por cerca de uma quinzena, até que o Presidente cedesse.

            Foram, portanto, três os Partidos que participaram dessa farra da corrupção na Petrobrás (PT, representado pelo tesoureiro João Vaccari Neto, o PMDB, pelo lobista Fernando Soares, e o Partido Progressista, pelo próprio doleiro Youssef).

 

Primeira vítima do Ebola nos Estados Unidos

 
          Nesta semana, na 4ª Feira, oito de outubro, faleceu no Hospital presbiteriano em Dallas, no Texas, o liberiano Thomas Eric Duncan, de 42 anos. Duncan viajara da Libéria para Dallas nos Estados Unidos para participar na formatura de curso secundário de seu filho. Ingressou normalmente na cidade, eis que não apresentava sintomas.

         Primeiro paciente a ser diagnosticado com Ebola nos EUA – o que ocorreu quando já estava há alguns dias nos Estados Unidos (o vírus foi detectado a 30 de setembro). No entanto, Duncan já procurara o hospital presbiteriano de Dallas  a 25 de setembro. Como não foi internado naquela data, fica no ar a pergunta se Duncan teria sobrevivido se tivesse sido então admitido à emergência do citado hospital.

         Porque Duncan continuou circulando pela cidade de Dallas, há 48 pessoas que hoje estão em quarentena, com a sua condição monitorada pelo Hospital Presbiteriano de Dallas.

         Após ser internado a 30 de setembro, ficou  em isolamento, mas a sua condição continuou agravando-se, passando nos últimos dias de séria para crítica.  O pessoal médico tentou manter os níveis de fluido e eletrólitos no organismo. Tal procedimento é de crucial relevância nessa doença que implica em vômitos, diarreia e sangramento.

        Duncan foi tratado, inclusive, com remédio experimental, o brincidofovir, aprovado em caráter de urgência pela F.D.A. (Food and Drug Administration).

 
FMI desmente tese do Governo Dilma.

 
           O  Fundo Monetário Internacional  reduziu de 1,3% para 0,3% a projeção de crescimento para a economia brasileiro em 2014.  Este é o sexto corte seguido e o maior entre catorze grandes economias.

           Segundo os economistas do Fundo tal se deve a problemas internos.  Elencaram entre as causas principais a baixa confiança de empresários e consumidores, e os juros altos (praticado pelo Banco Central para tentar controlar a inflação).

           O relatório voltou a assinalar uma velha falha na economia, que é a baixa poupança doméstica.

           Se a previsão do FMI se concretizar, o Brasil terá crescido 1,6% em quatro anos. Pagamos assim as contradições e os erros de gestão dos quatro anos de Dilma Rousseff, que nos joga para meados dos anos noventa, sendo a pior performance desde 1995.

           Como o avanço da economia é inferior ao crescimento médio global (3,5%), se expõe a desculpa usual de Mantega & Cia.  de que o baixo crescimento se deva à crise externa.

 

Marina Silva – critérios ou falta de critérios da imprensa



            O derretimento da vantagem de Marina Silva sobre Dilma (e Aécio) a julgar pela imprensa, e em especial  suas estrelas maiores, teria sido decorrência da falta de apoio da base do PSB, a par de uma distribuição iniqua do tempo na propaganda eleitoral obrigatória.

            Não há menções de realce quanto à propaganda negativa do PT, com exceção de Miriam Leitão, que com oportunidade escreveu na sua coluna ‘Elegante Marina’, de oito de outubro corrente: “Há muito do que nos orgulhar dos últimos trinta anos de construção democrática, mas o marketing usado por Fernando Collor contra Lula e por Dilma contra Marina são os pontos mais feios das nossas campanhas presidenciais” (meu o grifo)

          A história dessa campanha e da construção de seu malogro ainda está por ser feita. Dadas as características dos ataques pela propaganda de Dilma – que permaneciam sem resposta, porque Marina dispunha de menos de dois minutos de tempo, contra os cerca de dezesseis da Presidenta – os estragos na progressão de Marina foram fundo.

          Outra verificação que foi cedo feita pela campanha de Marina Silva foi a da falta de um outro caminho – igualmente legal e, em tese, disponível a todos os concorrentes – que é o do direito de resposta, assegurado pela Justiça Eleitoral, contra aquela propaganda que se valha de falsidades ou seja de molde a induzir em erro o eleitor. Ora, foi justamente o que ocorreu com o filmete sobre a independência do Banco Central, que, a crer-se na propaganda de Dilma, tiraria a comida da mesa dos pobres.

          Dada a evidente má-fé dessa inserção publicitária, quem poderia duvidar da concessão por Ministro do TSE do legítimo direito de resposta, que existe para que as eventuais falsidades sejam escoimadas, o que era justamente o caso? A campanha de Marina Silva, no entanto, foi colocada diante de  imprevista negativa. Em princípio, não se deve calar diante de uma denegação de lídimo direito, a fortiori quando não restava para Marina e seus defensores  espaço no seu tempo de propaganda para que a verdade fosse restabelecida.   

          Tal, no entanto, foi infelizmente o que aconteceu. Os advogados de sua campanha, para todas as aparências, não mais impetraram ações para lograr a correção das muitas falsidades que foram lançadas contra Marina pela campanha de Dilma Rousseff. A injustiça não pode ser premiada com o silêncio dos ofendidos. Em uma democracia, não se pode jamais presumir que aqui prevaleçam os vezos chavistas.

          É estranhável, por conseguinte, o silêncio da campanha de Marina. Não se trata de inculpar a vítima. A ela não só devem ser dados todos os instrumentos cabíveis de defesa. Por isso, tanto o silêncio, quanto o abandono de um legítimo meio de defesa não deve ser nem admitido, nem calado.

 

Disputa pelo governo do Rio entre Pezão e Crivella

 
          A campanha dos dois candidatos restantes ao governo do Rio de Janeiro    assinala nos últimos dias um  caráter bem diverso, daquela do primeiro turno.

          Não sei se deve à sua aliança com o derrotado Garotinho – a quem Crivella visitou em Campos para obter o apoio do rival que por muito tempo liderara as pesquisas – mas  a propaganda do Senador registrou um nível mais acre em termos de acusações, do que o comportamento anterior.

          O outro lado tampouco demorou na mudança de nível. Assim, para os que não sabiam, fica conhecida a ligação de Crivella com o Bispo da Universal, Edir Macedo, de  quem ele é sobrinho.

           Por outro lado, Crivella vem utilizando pesquisas que não são as dos institutos tradicionais – Datafolha e Ibope -, e apregoa vantagens na disputa que, ao parecer, inexistem para os pesquisadores de maior nomeada.

          Que caia o nível da campanha e que se passe a acusações antes sequer mencionadas, é lamentável.

          O que interessa ao eleitor é a exposição das respectivas plataformas dos dois candidatos premiados com a disputa no mais alto nível, e não as acusações e insinuações de uma súbita baixaria (com direito a troca de ofensas mútuas ) o que decerto nada tem a ver com uma campanha centrada nas propostas de governo.

 
(Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo, Rede  Globo)















Nenhum comentário: