O debate de ontem na Band entre Dilma Rousseff e Aécio
Neves foi bastante acalorado, com troca de acusações pesadas.
O Globo o considera o ‘mais tenso
debate da campanha’, o que reflete a realidade. O próprio formato bilateral do
confronto, que é decorrência inelutável da eliminação de Marina Silva e dos
demais partícipes, contribui para mudar a natureza da contenda.
Dado o desafio e os perigos que
encerra – qualquer escorregadela pode ter consequências que ameaçam ir além de simples
marcação isolada, com eventual sinalização que se projete para o futuro e
comprometa seriamente um dos dois contendores – não se pode excluir que o exercício tenha de ser encarado de uma forma que
torne a sua evolução não um simples resultado que será contido nos
desenvolvimentos seguintes, mas trazendo perspectivas imponderáveis que acirram
não só nervosismo, como acrescem nos debatedores as sensações de alto risco envolvidas.
Para que se tenha ideia da diversa
natureza do debate, basta elencar as acusações trocadas para que ressalte a
diferença de tom e a consequente animosidade.
Desse modo, Aécio chamou a
Presidenta de leviana, incompetente, e mentirosa. Por sua voz, as acusações
mais sérias brandidas por Dilma foram de nepotismo e improbidade
administrativa.
O escândalo da Petrobrás foi
apontado por Aécio, ao asseverar que o atual governo “virou um mar de lama”. O
tucano se reportava às denúncias de pagamento de propinas a PT, PMDB e PP por
empreiteiras que têm contratos com a estatal.
Na sua resposta, Dilma voltou a
bater na tecla de que foi em seu governo que as denúncias foram investigadas e
aproveitou para explorar acusações – originárias de reportagem da Folha de S.
Paulo – de que ele teria beneficiado a própria família, quando governador de
Minas, ao construir pista no aeroporto de Cláudio.
Como Dilma aproveitasse para
inculpá-lo de nepotismo, Aécio reagiu dizendo que o Ministério Público não viu
irregularidade em Cláudio e negou ter empregado a irmã. Ao ser por ele desafiada a dizer qual o
cargo, Dilma não respondeu.
Por outro lado, um aspecto que tem
de ser computado nessa contenda bilateral, está na circunstância de que Aécio é
bom orador, sabendo valer-se dos
recursos da retórica, e que, por sua vez, Dilma Rousseff, com a elocução por
vezes pedestre e mesmo claudicante, não se afigura estar na mesma faixa de
onda.
( Fontes: Band, O Globo
)
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