Situação em Botafogo
A leitura dos
jornais nos dá agora um quadro em que bandidos e ladrões, que antes
infernizavam a vida dos moradores de Botafogo, com sucessão de furtos, roubos,
assaltos à mão armada e todas as variações da delinquência, passam a ser
apresentados como pobres coitados, infelizes que têm os seus direitos humanos
escarnecidos e pisoteados. Conhecidos especialistas em direitos humanos fazem
advertências em prol dos ditos coitados, que estariam sendo vítima de uma
privatização da violência repressiva.
Antes a leitura
era diversa: apresentava a revolta da cidadania, forçada a reagir, diante do
abandono do bairro e adjacências, pelas incursões dos mesmos bandidos e ladrões,
além da malta dos de menor, que são
ditos ter o passe-livre para o crime, chegando a ser disputados pela bandidagem
para a prática de crimes mais graves, que para eles prometem breve estada em
alguma instituição para menores de idade, enquanto se suspeitos e indiciados
por tais crimes, os de maior de idade, correm o risco de servir longos anos de
prisão.
É difícil
determinar onde está a verdade, na volúvel mídia, que um dia publica e estampa
uma coisa, e outra dia, se faz ventríloca de outros mágicos, e apresenta uma
realidade de todo diversa.
Em verdade,
meus leitores, a situação continua na mesma. O papel é o mesmo, o jornal ou a
estação é a mesma, só mudam as vozes e a ação dos personagens.
Um palpite: por
que a cidadania resolveu tomar a peito o problema? Pela simples razão de que a polícia – militar
ou não – primava pela ausência, deixando o campo aberto para os bandidos e os de menor. Daí, a reação da gente
honesta, cansada de sofrer na carne a displicência das forças policiais, que
primavam pela ausência.
Se a polícia
faz o seu trabalho de prevenção e de combate ao crime, dentro da lei, a
cidadania será a primeira a bater palmas, em verificando que os seus impostos
pagos estão servindo para bons fins.
Mas não me
venham, por favor, com choramingos sobre os direitos dos meliantes e
assassinos. Foi por tripudiar sobre o direito alheio à paz e a segurança que os
coitadinhos provocaram essa onda da
reação de um povo que respeita a lei e só não gosta de ser roubado e assaltado
a cada passo.
Querem Botafogo e qualquer outro bairro vivível
e habitável? Polícia nas ruas, repressão aos bandidos (assaltantes, ladrões,
assassinos) e a cidadania feliz! Porque não se enganem com o choro do malandro
e do bandido: ele só pede clemência, quando é apanhado em flagrante. Caso
contrário, é o retrato de intolerância, da covardia e da perversidade...
E não se
esqueçam nunca: tudo fica melhor no respeito à lei e à ordem.
Comissão de
Direitos Humanos da Câmara
É ou não é piada de salão ? Depois
de um ano de desastre causado pela presidência de Marco Feliciano (PSC-SP) na dita
Comissão, não é que o deputado Jair Bolsonaro(PP-RJ) coloca a sua candidatura a
presidir a Comissão ? E para completar a
piada de mau gosto, o deputado Feliciano apóia a postulação!
Antes
que seja demasiado tarde e a comissão em apreço virar matéria de galhofa – além
de comprometer Câmara e Congresso – urge que as lideranças, em geral ausentes,
se façam presentes e escolham alguém capaz de tornar mais uma vez a Comissão de
Direitos Humanos da Câmara algo sério, que trata de assuntos de importância, e
não cuida de promover-se.
Feliciano, não! e Bolsonaro, também !
(Fontes: O Globo,
Folha de S. Paulo)
Um comentário:
É claro que os direitos humanos dos criminosos devem ser respeitados. É isto que nos diferencia deles. Isso dito, é claro que o estado precisa se fazer presente. A classe média não pode nem quer mais recorrer a soluções privadas para os serviços que o estado teria obrigação de prestar. Num horizonte mais longo a resposta é tirar pelo voto os demagogos que usam a miséria e a marginalidade para seus fins políticos. A polarização entre soluções radicais e a demagogia social é conveniente para os atuais poderosos. O pêndulo acaba oscilando apenas os extremos da intolerância e da demagogia, enquanto ambos inimigos da sensatez.
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