Dilma e a Responsabilidade Fiscal
No blog desta manhã me ocupei da
Responsabilidade fiscal do governo Dilma e de suas ações, com bons intentos,
mas resultados negativos, como o incentivo a treze estados e o D.F. de elevar
os investimentos em infraestrutura. Isso resultou em rombos fiscais, além de
prejudicar o cumprimento das metas oficiais de superávit primário. Para um país com as contas já questionadas, é o
caso típico da boa intenção que cria condições desastrosas para a economia.
Com a
sucessão de más notícias – culminando com as censuras da novel presidente do Federal Reserve, que coloca o Brasil na
rabeira dos emergentes, com apenas a Turquia em condições piores - só a Velhinha
de Taubaté fecharia com o governo, dizendo que não há motivo para preocupações.
Dilma Rousseff
– e atrelado à sua política, o Brasil –
adentra o inferno astral, diante não
mais da possibilidade mas da probabilidade que a Standard & Poor decida por rebaixar a
nota do Brasil. O nosso grau de investimento é BBB, junto com a Colômbia,
enquanto México e Peru nos superam com BBB mais. Se a voz do mercado prevalecer, o Brasil
seria rebaixado para BBB menos, que é a última categoria considerada com grau
de investimento.
Do outro lado,
está o grau especulativo, com muita probabilidade de calote. É onde está a
Argentina, por óbvias razões. A redução da nota não é um rótulo acadêmico, eis
que dissuadirá muito investidor estrangeiro a aplicar seu dinheiro aqui. Só a
ameaça do rebaixamento tirou 15% da Bovespa, diminuiu dez por cento do valor do
Real e elevou o juro pago pelo Brasil em
1,5 ponto.
Outro
indicativo que mostra a seriedade da avaliação negativa do Brasil é o valor do
CDS (credit default swap) – que é uma
espécie de seguro contra o calote. Quanto mais alto o seu valor, maior é a
insegurança do investidor sobre as perspectivas do dinheiro aplicado no país.
Assim o Brasil está com 186, o
Uruguai com 185 e o México, com 92 apenas !
Qualquer expectativa de que o povo ucraniano
se acomodaria com as dilações do governo de Viktor Yanukovych foi varrida com o
incêndio da sede do grêmio oficialista – o chamado Partido das Regiões, e que
sustenta a política do presidente.
Os
manifestantes concordaram em retirar-se do Palácio da Cidade, mas a sua postura
revolucionária não deveria dar muitas ilusões ao presidente, eis que cercaram o
dito edifício, com o propósito de não permitir o ingresso da polícia.
Agora, com a
violência das forças revolucionárias, a mensagem não poderia ser mais clara.
Yanukovych, a despeito de acenos para a oposição – como o convite para ser
primeiro ministro ao vice-líder do partido de Yulia Timoshenko, a prisioneira
de Kharkov – mascara a sua abertura, com meias medidas. O fato de o Presidente
Yanukovych haver preterido Vitali Klitschko, que é o líder com
maior força popular – a quem ofereceu uma posição desimportante – indica que
não pretende ceder aos manifestantes, escolhendo a Europa através da U.E. e
abandonando a velha opção russa (e foi a súbita mudança de política que
precipitou a crise e a rebelião popular).
A oposição
venezuelana está dividida. Henrique
Capriles, o candidato presidencial que teria sido derrotado pela fraude
chavista, mantém posição mais moderada, já havendo inclusive manifestado que
“as condições não estão dadas para pressionar a saída do governo”.
Diante dos
métodos de Nicolas Maduro, da
violência e das torturas aplicadas em estudantes presos – além do assassínio de
três pelos chamados ‘coletivos’ chavistas – da situação em que se encontra país
e o que é ainda pior – a falta de qualquer indicação crível de parte do
herdeiro de Chávez que tem um plano sério de governo, e o fato de que as
próximas eleições presidenciais serão em 2019,
tudo isso junto (ou misturado) só tende a aumentar o ardor dos manifestantes
liderados por Leopoldo López.
Maduro há de
pensar que está dialogando com os manifestantes quando os chama de fascistas, e
responde, ou com a mão dura da repressão, ou com a convocação de outra marcha,
desta feita dos partidários chavistas.
A liderança de
Leopoldo López pela sua postura mais enérgica e de enfrentamento tem colhido o
apoio da maioria das correntes democráticas, e por conseguinte, a sua posição
se tem reforçado.
Na
manifestação de hoje, cumpriu a palavra e entregou-se aos guardas nacionais. O
que isto vá significar na luta contra Maduro é uma grande interrogação. Por
quanto tempo Maduro o manterá preso? A tentativa de lidar com López através de
juízos encomendados poderia ter um resultado ainda mais negativo para o
atribulado Maduro.
Com a situação
atual da Venezuela, no desgoverno, no desabastecimento, na inflação galopante,
e com a revolta crescente de boa parte da população, falar em esperar até 2019
para o novo pleito presidencial – a par
que o presidente em funções possa encarar esse marco formal com válida garantia
constitucional – já semelha relevar do humor negro.
(Fontes: Folha de S. Paulo; O Globo on-line; CNN )
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