A avaliação pela nova Presidente do Federal Reserve Bank, Janet
Yellen,
surpreende – e não pelo lado bom – diante da nota pouco favorável dada à
economia brasileira.
Até Miriam
Leitão acha um tanto forte que o Brasil seja colocado como o segundo país
emergente mais vulnerável, atrás apenas da Turquia. Nesse sentido, especula que
a apreciação negativa do Fed foi
influenciada pela resenha anterior do banco Morgan
Stanley, a ponto de criar um consenso no mercado financeiro.
Não é positivo – nem de bom augúrio – que
se forme a idéia de que o Brasil está entre as cinco economias emergentes mais
frágeis. Em um grupo de cinco – Índia, Indonésia, Africa do Sul, Brasil e
Turquia – está em penúltimo.
A citação por Janet Yellen e a inclusão
em documento oficial do Federal Reserve
Bank tem inegável valor simbólico – e não no sentido positivo – e, por
isso, prejudica a imagem da economia brasileira. Afugenta investidores, cerceia
investimentos e faz partirem daqui inversões.
Há nada menos que oito citações ao
Brasil no documento de política monetária que foi encaminhado pelo Fed ao Congresso americano.
No índice de vulnerabilidade de quinze
países emergentes, que leva em conta seis
indicadores, o Brasil apresenta problemas em quatro: déficit em conta corrente, inflação média elevada nos
últimos três anos, endividamento público alto, crescimento de empréstimos
concedidos ao setor privado.
Quanto à desvalorização do Real, na
visão do mercado financeiro, a nossa moeda não deveria mais se desvalorizar em
relação ao dólar, pela razão de que o real já foi a segunda que mais perdeu
entre os quinze países. Em outras palavras, a desvalorização já estaria ‘precificada’.
É um argumento de peso, mas nem sempre é dado determinar que a
possibilidade de depreciação adicional esteja em tese excluída.
No que respeita aos outros quatro
indicadores, não há infelizmente nada a obtemperar. Quem lê os comentários
econômicos e financeiros do blog, e a
gestão da economia de Dilma Rousseff, tão diversa dos padrões anteriores, há de
convir que infelizmente o Brasil está colhendo aquilo que foi semeado pela
sucessora de Lula da Silva.
Na própria inflação, o combate só se
iniciou quando a presidenta se deu conta de que a opinião pública em todas as
suas camadas estava plenamente consciente da responsabilidade da sucessora de
Lula pela volta da carestia.
É lamentável que depois da conquista
do Plano Real e da estabilização da
moeda, trabalho em que cooperou o presidente Lula e o Ministro Palocci, em anos
posteriores a gestão com Guido Mantega e as primeiras mágicas fiscais a
situação tenha piorado.
A crescente participação do BNDES em
manobras fiscais (notadamente as dúbias capitalizações), projetos que ameaçam a
Lei da Responsabilidade Fiscal –
inclusive com o favorecimento indevido para com o pagamento da dívida da Prefeitura de São Paulo, agora entregue
ao PT – que diferença tudo isso faz do quadro anterior, conquistado com
trabalho aturado, seriedade e o dever de casa bem-feito! Então – e não foi há
tanto tempo assim - o Real – por ser
a moeda que mais se apreciara perante o dólar americano – colhia os
cumprimentos e as finanças brasileiras o fluxo constante dos greenbacks[1], em inversões de
curto, médio e longo prazo.
E agora José ?
(Fonte: O Globo e Coluna de Miriam Leitão)
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