A persistente onda
dos boatos na imprensa e as eventuais reuniões de parlamentares inquietos
decorrem dos difusos temores de que Dilma Rousseff ponha em risco o
domínio petista no Planalto.
Tudo começou quando as intenções de voto
de Dilma despencaram ao ensejo das manifestações de junho de 2013, no movimento
do passe livre. Sacudidas pela queda nas pesquisas da ‘mulher do Lula’, perigosamente na casa dos trinta, a vasta caterva (PT, PMDB e a infindável sopa de letras dos partidos da ‘base
aliada’) dos que se acreditavam ameaçados da participação no festim do poder
trataram de arranjar um outro cabeça de chave que lhes desse mais
tranquilidade.
Que o nome de
Lula repontasse de imediato, não há de surpreender. Ao contrário da
aterrorizante possibilidade da loteria do segundo turno, as prévias de Nosso Guia sempre deram uma invejável
segurança aos companheiros. Decidir a eleição já no primeiro turno era o grande
trunfo de Lula da Silva.
Até hoje essa
‘conspiração’ ainda persiste. Convidado, Lula ouve tudo com muita atenção, mas
sempre recomenda aos nervosos correligionários que fechem com Dilma.
Alguma coisa, no
entanto, faz continuar tais reuniões. Muitos desses companheiros não desistem.
É estranho que sintam algo no ar que como dizia Aporelly, o Barão de Itararé, não são os aviões de carreira, e que
os induz a promover esses jantares políticos.
E, no entanto,
tudo parece sob controle. Dentre os candidatos, somente têm condições de forçar
um segundo turno, aqueles nomes como Marina
Silva e José Serra que não
lograram (nem possivelmente lograrão) serem candidatos de grandes partidos, nem
parecem ter condição de se tornarem cabeças de chave.
Posto que já se
saiba o essencial das razões que decretaram o não-reconhecimento pelo TSE da Rede de Sustentabilidade, só a história dirá tudo o que interessa,
mas, para variar, tarde demais. Tampouco parece provável que Eduardo Campos, do PSB – que, por ora patina em baixos percentuais - tenha alguma
intenção de ceder o lugar a Marina.
No PSDB Aécio Neves colhe o que semeou na
eleição passada. Fez com Serra o que seu avô Tancredo jamais recomendaria. Por
contingências da política, os dois continuam sob a mesma legenda. Mas em termos
de progressões futuras, é difícil pensar em condições que sacudam a postulação
de Aécio do marasmo em que se debate. E alguém acaso veria Serra ajudando a
quem o teria cristianizado em Minas?
Por último, essa
estranha sugestão de Lula da Silva quanto a recomendar a Dilma a mudança da
política econômica. No seu entender, a atual equipe econômica – consoante
noticia a Folha – está com o prazo de
“validade vencido” e precisa ser renovada.
Interessante.
Mas para o meu modesto entender, não faz muito sentido. Trocar ou não a equipe
econômica não fará muito diferença, porque estilo e orientação estão associados
à Dilma Rousseff. Para que haja mudança de política econômica, a equipe é
dispensável, porque cumpre ordens. A
responsável sempre foi Dilma.Dessa maneira, se o governo do PT quer mesmo mudar de política econômica, o caminho das pedras será outro.
Tenha-se
presente, porém, que de acordo com a sua postura, e ‘dizendo confiar na
reeleição de sua ex-ministra, Lula tem afastado qualquer possibilidade de
disputar a Presidência’. Dir-se-ía que o presidente Lula encarnou Getúlio
Vargas, e o da melhor vindima.
Não é
comovente?
(Fontes: Folha de S.
Paulo, O Globo, VEJA)
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