Pizzolato, o mensaleiro evadido
O meticuloso
Henrique Pizzolato não se pejou de pedir vários documentos a instituições como
a Receita
Federal – em 2007, declaração anual de isento em nome do irmão (O Leão que a emitiu, não se deu ao
trabalho de verificar por que um homem – com 53 anos na época – tenha ficado
tanto tempo sem informar nada ao fisco...). Acertada a situação fiscal,
Pizzolato regularizou o CPF de Celso.
Assim, para a Receita, ele não deve nada e é um cidadão vivo.
Chegava a
vez do RG. Em Santa Catarina, o
Instituto de Identificação do Estado expediu carteira de identidade em nome de
Celso Pizzolato. Assim explicam a obtenção do documento: nem Celso, nem
Henrique tinham C.I. em Santa Catarina.
Quem pediu o documento apresentou certidão de nascimento expedida pelo
cartório de registro civil de Concórdia em 2007. Com comovente sinceridade, o
responsável diz: não sabemos se era Celso ou Henrique. Na foto, está sem barba.
Agora tem as digitais de quem fez o RG.
Toda essa
gincana burocrática se deveu à obtenção do passaporte. Primeiro, carecia de ter
o título eleitoral. A regularização da
situação de Celso no Tribunal Superior Eleitoral – necessária para a obtenção
do mágico passaporte – tampouco foi difícil, eis que ‘Celso’ (na realidade, Henrique)
já tinha todos os documentos exigidos... Por alistar-se fora do prazo – na
época Celso teria 54 anos (se fosse vivo) - Henrique pagou multa de R$ 3,51.
Henrique, na suposta pele de Celso, ainda se deu ao luxo de faltar ao 1° e 2° turnos da
eleição de 2010, mas, cidadão consciente, pagou a multa por não comparecimento
(R$ 7,02 !)
Duas conclusões: o humor negro do
advogado de Henrique – que pleiteou da Corte de Bolonha a liberdade provisória
para o cliente, por não apresentar perigo
de fuga – não foi engolido pela
Corte. Per caritá ! precisa ter muita
cara de pau para dizer que o fujão Henrique Pizzolato é confiável !
A segunda
conclusão é também óbvia, mas um
pouco mais dolorosa. Toda essa burocracia se escuda na parafernália digital
e tecnológica. Em especial, o TSE se apresenta como baluarte
contra a fraude eleitoral. Dada a facilidade do senhor Henrique em obter o
título do irmão Celso, morto há tantos anos, quantos ‘defuntos’ estão por aí na
pele de eleitores abnegados, zombando da Morte e, quem sabe, enchendo a antiga
lista de votantes. Pelo sim, pelo não,
isto carece de ser verificado, e por gente especializada, e não por burocratas.
Cinegrafista da Bandeirante é ferido gravemente
As ditas
balas de borracha, supostamente não-letais, representam um perigo para todos, e
em especial para manifestantes e repórteres. Que as chefias de polícia continuem
a permitir o uso desses projéteis, muita vez usados irresponsável ou
covardemente por agentes mal-preparados, é algo que infelizmente só ocorre no
Brasil ou em países autoritários em que a incolumidade de manifestantes e
jornalistas não é respeitada.
O cinegrafista
Santiago
Andrade, recolhido de urgência ao Hospital Souza Aguiar, no cenro do Rio, teve o cérebro
atingido por uma bomba de fabricação caseira. É lamentável que um profissional
da televisão, empenhado em trabalho em área de risco, tenha sido de alguma
forma visado, e com inaudita violência. Santiago, que perdeu muito sangue ainda
no local, socorrido por um carro da PM chegou
ao hospital em coma. O cinegrafista teve afundamento do crânio e perdeu parte
da orelha esquerda.
A Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou o ataque ao
cinegrafista da Band, e assinalou que
Santiago é o terceiro jornalista ferido em protestos de 2014. Com a Abraji, é de esperar-se que o ataque ao
cinegrafista seja investigado com toda a rapidez.
Dilma e os Apagões
Com o quarto
ano de seu mandato presidencial já encetado, Dilma Rousseff – que falara grosso na campanha eleitoral contra os apagões sob o tucanato - agora se descobre a ter de justificar apagões seguidos na
rede elétrica. Tampouco foi esquecida a dílmica frase: “no dia em que falarem para vocês que caíu um raio, vocês gargalhem.
Raio cai todo dia neste país, a toda hora.
O raio não pode desligar o sistema. Se desligou, é falha humana, não é
do raio.”
E não é que
o Sr. Hermes Chipp, Diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) veio
a público dizer: “A descarga elétrica (raio) é uma das hipóteses. Vamos ver se
há identificação pelos institutos especializados das descargas elétricas.”
E de novo Super-Dilma se manifesta. Mas,
surpresa!, não é a do ‘gargalhem’, ou a da especialista em energia, com o fundo
menosprezo pelos apagões do tempo de FHC.
Vejam o que diz agora a responsável-geral pelo sistema: “Se raios forem realmente responsáveis pela queda (de energia), cabe ao ONS
apurar se operadores estão mantendo adequadamente redes de para-raios”.
Terá a Presidenta tomado
Maracugina ou está mais calminha porque não há outro jeito?
(Fontes: O Globo, O
Globo on-line, Folha de S. Paulo)
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