segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Revista da Semana (III)

                  

A Situação na Ucrânia

          
            Enquanto os manifestantes permanecem na Praça da Independência – o seu número é ora estimado em cinquenta mil - o Presidente Viktor Yanukovych voltou ao exercício de suas funções nesta segunda-feira ( baixara ao hospital por sofrer de aguda afecção respiratória na quinta-feira, trinta de janeiro).

             Desse modo, o governo não mais está acéfalo, mas a resolução dos populares ucranianos congregados na Praça Maidan não mudou.

             O fato de o Kremlin os ter instado a parar com as ameaças e os ultimatuns só contribuíu para que os manifestantes se mantenham  firmes em sua postura quanto à renúncia do Presidente Yanukovych.

              O estado físico do ativista Dmitri Boulatov – que, segundo declarou, foi torturado pelo que se acredita sejam forças policiais (chegaram, inclusive, a crucificá-lo, perfurando-lhe as mãos) – condicionou o seu transporte por avião para a Lituânia.

               Obviamente, não havia condição política para que ele fosse tratado em hospitais ucranianos. Tanto a ‘ministra do exterior’ da U.E. Catherine Ashton, e o Secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, condenaram os maus tratos sofridos pelo ativista Boulatov.                   

 

A queda da Trierweiler

  
          François Hollande não aprecia, aparentemente, o formalismo do matrimônio.  Prefere as uniões informais.  Foi assim com Ségolène Royale, a quem François Mitterrand, nos seus dois mandatos, confiou ministérios importantes, sem jamais lembrar-se de Hollande para o gabinete.

             Seria, assim, com Valérie Trierweiler, que pelo temperamento e a simpatia ganhou o apelido de Rottweiler ? Pelos cálculos de Valérie, há oitos anos viviam juntos, mas, no poder, não durou muito.

             Ao contrário de Ségolène, que tem carisma (poderia, inclusive, ter sido eleita presidente, se não sofresse boicote tão acirrado dos cavalheiros socialistas) e tinha bom ibope com a opinião pública, a Trierweiler, para todos efeitos, e parodiando o que disse Bernardette, a esposa de Jacques Chirac (não é o campeão da felicidade conjugal), não era tampouco campeã da simpatia...

             Pensando viver nas alturas, e desfazendo de tanta gente, disse: ‘não estava prestando atenção. Quando soube, foi como cair de um arranha-céu’.

 

Lupi e acusações de corrupção  

       
      Carlos Lupi, o ex-ministro do Trabalho, não é exatamente um tímido. Lembram-se acaso do beija-mão um tanto forçado em dona Dilma, já às vésperas de sua saída do ministério do Trabalho ?

           Pois ele não faz segredo de suas boas relações com o ex-presidente Lula.  Segundo disse Lula à Folha, os dois conversaram por telefone recentemente. “O Lula me falou: ‘Lupi, esquece, isso sai na urina’, contou o ex-Ministro e presidente do PDT, reportando-se às acusações de corrupção da empresária Ana Cristina Aquino.

          E acrescentou Lupi: “Ele disse que é isso aí, que eu tô certo em processar.”

          Consoante a notícia da Folha, Lupi atacou a denunciante, que diz ter levado uma bolsa com R$ 200 mil ao gabinete do então ministro, em Brasília. De acordo com Lupi, o encontro nunca ocorreu.

 

O lentíssimo degelo iraniano

       
        Não, não me estou referindo aos vários processos do aquecimento global e como mais um ou dois graus centígrados de paulatino aumento da temperatura vem afetando o meio-ambiente de diversos modos.

          Assim, as ilhas Maldivas, no oceano Índico, estão ameaçadas  de sumirem do mapa, submergindo o território  de um país acreditado nas Nações Unidas.

          Por outro lado, o permafrost da Sibéria e do Alasca se vai aos poucos derretendo, com as inelutáveis consequências ecológicas, de que a mais grave é a exalação do gás metano (nocivo ao homem).

         Também no Irã,  um lago salgado, cujo nível vem decrescendo a cada ano, mostra que o processo não distingue em termos de religião.

         Pretendia reportar-me acima, em verdade, ao processo do degelo, que no contexto do aquecimento global igualmente não favorece o homem. Também não é o caso de aplicar essa metáfora ao Irã dos ayatollahs. Se há ali algum degelo político, ele é extremamente lento e por conseguinte pouco perceptível a olho nu. Assim, os dois principais candidatos “derrotados” em 2009 por Mahmoud Ahmadinejad, continuam a ser castigados pelo estamento radical-conservador por terem protestado contra o esbulho que sofreram (não está esclarecido quem ‘venceu’, se o clérigo Kerroubi, se Mir Hossein Mousavi, antes da intervenção do líder supremo, dando a vitória a Ahmadinejad.

         Dessarte, não se deve exagerar a capacidade do novo presidente, o clérigo Hassan Rohani em reverter a estabelecida radicalização política de setores do clero e das forças armadas. Nesse contexto, o próprio Supremo Lider Ali Khamenei teria, se porventura o quisesse, extrema dificuldade em cercear os ultras no cenário da teocracia iraniana.

         Daí, fica mais fácil de entender que a libertação da cadeia de Mehdi Kerroubi, em verdade, não passa por ora de  uma prisão domiciliar, atenuação que por enquanto  sequer foi concedida a Mir Hossein Mousavi, líder do movimento verde, e que no tempo do Imã Khomeini era o Primeiro Ministro.

 

 
(Fontes: CNN, Folha de S. Paulo)

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