Não é de provocar surpresa que
uma das profissionais médicas cubanas, mandadas vir pelo regime de Raul Castro,
segundo o acordo firmado com Havana, que decerto não honra a democracia brasileira,
tenha deixado o programa Mais Médicos
e pedido refúgio no Brasil.
A Dra. Ramona Matos Rodriguez, dada a
estreita relação do governo petista com a ditadura cubana – não é fácil de
esquecer a mancha deixada pelo Presidente
Lula da Silva, ao despachar de volta à ilha dos irmãos Castro os dois
boxeadores que se haviam fiado da tradição democrática brasileira em matéria de
asilo - corre o risco de que o Conare, órgão do governo Dilma, não
favoreça o pedido da médica. Sem embargo, deve notar-se que o Conare já
concedeu refúgio para 71 cubanos que alegaram correr risco em seu país.Agora o Mais Médicos está sob os cuidados do flamante Ministro da Saúde, Arthur Chioro. Que o Brasil de Dilma Rousseff tenha entrado nesse acordo com Cuba, não deve surpreender, dado o histórico do relacionamento entre o PT e os Castro. O novel Ministro terá sido inteirado de o quê dizer, máxime no que tange à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que dá aval ao programa. Se não fala com a desenvoltura do antecessor Alexandre Padilha, com o tempo pela frente estará mais à vontade. Padilha, como se sabe, foi declarado, em junho de 2013, persona non grata pela Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina, por defender a importação de médicos estrangeiros para áreas remotas, sem a realização do exame Revalida. O Dr. Padilha, que se declarara infectologista, teve o título impugnado pela Universidade do Pará.
O que
repugna no programa Mais Médicos não
é tanto o sigilo – que também aparece na concessão do Porto de Mariel, coisa de primeiro mundo, que muito gostaríamos de
ter em Pindorama – mas as condições de servidão que impõe aos profissionais
cubanos, com a conivência de Brasília.
A médica Ramona
Rodriguez está, como os demais médicos, submetida às condições draconianas da
ditadura castrista. Do salário de mil
dólares, quatrocentos são depositados na sua conta, mas o restante é retido em
Cuba. A empresa cubana – a intermediária no contrato – deve depositar nos
municípios da Amazônia legal já no primeiro mês 70% da ajuda de custo (R$ 21
mil). Consoante a médica, ela recebeu no
seu segundo mês (salário e ajuda de custo) apenas R$ 4 mil. Perguntado se os US$ 400 são
insuficientes, o Ministro Arthur Chioro
preferiu dizer tão só que o acordo entre Brasil e OPAS está sendo cumprido.
A Dra.Ramona
estava sediada em Pacajá, no Pará. Ajudada por amigos, viajou para Marabá, onde
embarcou em voo para Brasília. Os seus amigos também a informaram de que a Polícia
Federal a tinha procurado em Pacajá, o que, compreensivelmente, inquietou a
cubana. Por isso, ela decidiu na terça-feira contactar o DEM, para pedir proteção.
Já sob a
asa do DEM, a médica para garantir-se bateu não só no Conare (Comitê Nacional para os
Refugiados), mas também na Embaixada americana.
Já no sábado primeiro de fevereiro, ela pediu visto de entrada em
programa americano destinado a médicos cubanos que trabalham em outros países e
decidem desertar. A resposta tarda entre três e quatro meses.
Por outro
lado, no pedido de refúgio, protocolado na quarta-feira, cinco do corrente, no
Ministério da Justiça, Ramona argumenta que, se retornar a Cuba, sofrerá
retaliação do governo e que será presa.
Tal pedido foi protocolado por parlamentares do DEM, que abrigaram
Ramona desde a noite de terça-feira, quatro de fevereiro.
Em
intervenção pública, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
negou as três imputações seguintes: que (a) a Polícia Federal a tenha procurado,
(b) a médica esteja sendo investigada e (c) exista interceptação legal do
telefone.
(Fontes: O Globo, Rede
Globo, e internet)
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