O Senado aprova elevação teto da dívida
No entanto, não foi tão simples quanto
parece a passagem da legislação. O Senador Ted Cruz, republicano do Texas e
adepto do Tea Party, pretendia fazer um filibuster para tentar impedir que pela
primeira vez desde 2009 o Congresso aprovasse, sem as habituais exigências e a
ameaça do fechamento da Administração (além de um possível calote nas contas de
Tio Sam) a elevação do teto da dívida fiscal.
Por se tratar de legislação importante, a
suspensão do debate requer maioria de sessenta votos (o Senado tem cem
representantes), e não os cinquenta e um da recente modificação no regimento da
Câmara Alta.
Dado o desgaste eleitoral provocado por
tais crises artificiais – provocadas pela facção de ultra-direita do Tea Party
-, com prejuízos políticos para o GOP, o Senador Ted Cruz amargou mais uma
derrota, eis que, além dos votos democratas, doze senadores republicanos se
associaram àqueles que sufragavam a suspensão do filibuster capitaneado pelo
Senador de primeiro mandato, Ted Cruz.
Depois de um começo fulminante, em que
gozou de influência muito superior ao que em geral frui um senador novato, Ted
Cruz tem experimentado vários tropeços, o que reflete o distanciamento do
Partido Republicano da linha demagógica desse movimento, surgido em 2009.
Lula e
a Nota Ruim do Fed
Nesse sentido, Lula tentou convencer um público de investidores americanos e
empresários brasileiros, a continuarem a ter confiança na economia do Brasil.
O ex-presidente referiu-se ao crescimento
do país nos últimos onze anos – por coincidência a nomenclatura petista só se
reporta ao período em que o Partido dos Trabalhadores exerce a presidência – de forma muito positiva e para um assistente não identificado ele foi “bastante
convincente”.
O problema com a defesa de Lula é que ele
não se valeu para os convidados (o evento foi fechado, sendo destinado a
membros do Americas Society e do Council of the Americas, além de outros
convidados ) de números concretos que fundamentassem a sua tranquilidade quanto
à capacidade da economia de enfrentar choques externos.
Dados os totais de uma inflação que está
sempre no teto da previsão, o rombo nas
suas contas externas (US$ 81,4 bilhões, i.e.,
3,66 % do PIB), e a recente redução suplementar pelo FMI na previsão de
crescimento para 2014, vale dizer 2,3%, ou menos 0,2%, de o que anteriormente
vaticinara, eis uma missão à altura da capacidade de persuasão do chefe máximo
do estamento petista.
A sua capacidade suasória, aperfeiçoada
sobretudo a partir de sua eleição, após três derrotas seguidas (para Collor e
duas para Fernando |Henrique) não pode ser subestimada. Mas bem que Lula
gostaria de ter mais dados concretos que afirmassem a sua oratória e lhe
tornassem a tarefa menos hercúlea.
Os indicadores básicos de nossa economia
carecem de uma melhora substancial. Havendo recebido o governo de seu mestre e
chefe em boas condições, eis o cerne do problema. Para que a economia se
recupere e deixe o grupo dos emergentes vulneráveis, Dilma Rousseff precisa
mudar de linha na economia. As fragilidades em nossa situação são em grande
parte consequência de sua orientação em termos de economia e finanças.
Dessarte, se lograr convencer o eleitorado e for reeleita, o desafio será que
de certa maneira deixe de ser a Dilma Rousseff que conhecemos.
A questão, portanto, aparentemente
simples, não o é em verdade, pois implicaria em uma transformação radical
da orientação presidencial. Trocando em miúdos, conseguirá Dilma no seu segundo mandato fazer o que não fez no
primeiro?
(Fontes: The New York Times;
Folha de S. Paulo)
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