quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Notícias em direto do Front

                         

Afirmação do Speaker Boehner


      Contrariando a avaliação em Washington de que John Boehner, republicano de Ohio, seria um dos Speakers[1] mais fracos da história, ele logrou fazer aprovar resolução pela Câmara que autoriza a elevação do teto da dívida pública até março de 2015.

      Outro elemento importante é que a medida não vem atrelada a qualquer condição, como desde 2009 vinha ocorrendo.  Assinale-se, portanto, que o Senado – com maioria democrata – deverá votar no mesmo sentido em breve.

      Com isso, se afasta até pelo menos o ano próximo as chantagens patrocinadas pela facção do Tea Party.  Boehner põe o seu pescoço a prêmio ao conduzir essa votação  - cujo placar foi de 221 a favor e 201 contra. Com efeito, somente 28 republicanos votaram a favor. Como da bancada democrata, que é minoritária, só houve dois votos negativos, a conclusão é que a resolução só passou graças ao preponderante apoio do Partido Democrata.

      Sem embargo, o fato de se ter tornado refém do Tea Party (facção de ultra-direita), o GOP vinha sofrendo desgaste com tal política, que ocasionara fechamentos da Administração Pública e até o perigo de default (impossibilidade de saldar compromissos financeiros internacionais, ou até bancarrota), o que atingia o dólar estadunidense e a confiabilidade das obrigações do Tesouro.

       Essa postura irresponsável, em que as finanças internacionais de Tio Sam e até o funcionamento de seus órgãos governamentais ficavam à mercê  dos fanáticos do Tea Party, trouxe danos eleitorais pesados para o GOP. Em verdade, as elevações do teto da dívida pública, dosadas para durarem por pouco tempo, vinham atreladas a exigências fiscais da bancada republicana. Na primeira oportunidade, as excessivas concessões de Barack Obama haviam colocado em risco a sua possibilidade de reeleger-se, o que ele logrou restabelecer, ao adotar postura mais firme no embate posterior.

       Tais chantagens e extorsões políticas – valendo-se da elevação do teto da dívida pública, que, no passado tinham sido sempre tratadas de forma burocrática pelos dois partidos (com a exceção de Newt Gingrich nos anos noventa, com péssimo resultado para o GOP) – foram agora escanteadas por Boehner. Resta determinar se ele, no futuro, por sua coragem política, terá o posto de Speaker contestado pela própria bancada.

 

Barbosa anula decisão de Lewandowski em favor de Dirceu


       Não será por acaso que, por suas decisões firmes, o nome de Joaquim Barbosa continue considerado para eventual candidatura à presidência da república.

       Desta feita, depois de puxar as orelhas dos colegas que o substituíram na presidência do STF ( Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski ) por não terem expedido  mandado de prisão para João Paulo Cunha, o Presidente Barbosa revogou decisão tomada pelo Ministro Ricardo Lewandowski, no recesso judiciário. O despacho de Lewandowski atendera a pedido da defesa do ex-deputado José Dirceu. Nesse sentido, Lewandowski determinara que a Vara de Execuções Penais de Brasília decidisse com urgência pedido para que Dirceu pudesse trabalhar fora da prisão.

       A análise de tal solicitação havia sido suspensa por Barbosa até que se apurasse se o ex-ministro usara celular no interior do presídio (o que é proibido). A revogação do ato do Ministro Lewandowski foi justificada pelo Presidente Joaquim Barbosa pela circunstância de o Ministério Público não ter sido ouvido.

       A conduta do Presidente – que foi firme e coerente – não é decerto inédita, mas rara (pelo costume da composição entre os membros do colegiado). Segundo noticia a Folha, três ministros disseram, sob  condição de anonimato, que o clima no tribunal está péssimo. No seu entender, a Corte deveria buscar harmonia como forma de se resguardar. Por isso, criticaram Barbosa por não ter buscado solução alternativa.

       Quanto a Ministros que falam pelas costas, e que se acobertam no anonimato, o valor de sua posição, em contraposição às atitudes do Presidente Joaquim Barbosa, tende a indicar-lhes o respectivo peso junto à opinião pública.

       Barbosa, por passar imagem de firmeza e de respeito à autoridade, pode ir a qualquer lugar e sair pela porta da frente. Além disso, a despeito das dificuldades que encontraria por circunstâncias de legenda, tem popularidade que o faz ser considerado potencial candidato à  presidência da república.

        E os demais?



(Fontes:  The New York Times; Folha de S. Paulo)   




[1] Presidente da Câmara de Representantes
 

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