Afirmação do Speaker Boehner
Contrariando a avaliação
em Washington de que John Boehner, republicano de Ohio,
seria um dos Speakers[1]
mais fracos da história, ele logrou fazer aprovar resolução pela Câmara que
autoriza a elevação do teto da dívida pública até março de 2015.
Outro elemento importante é que a medida
não vem atrelada a qualquer condição, como desde 2009 vinha ocorrendo. Assinale-se, portanto, que o Senado – com maioria
democrata – deverá votar no mesmo sentido em breve.
Com isso, se afasta até pelo menos o ano
próximo as chantagens patrocinadas pela facção do Tea Party. Boehner põe o seu pescoço a prêmio ao
conduzir essa votação - cujo placar foi
de 221
a favor e 201 contra. Com efeito, somente 28 republicanos votaram a
favor. Como da bancada democrata, que é minoritária, só houve dois votos
negativos, a conclusão é que a resolução só passou graças ao preponderante
apoio do Partido Democrata.
Sem embargo, o fato de se ter tornado
refém do Tea Party (facção de
ultra-direita), o GOP vinha sofrendo
desgaste com tal política, que ocasionara fechamentos da Administração Pública
e até o perigo de default
(impossibilidade de saldar compromissos financeiros internacionais, ou até
bancarrota), o que atingia o dólar estadunidense e a confiabilidade das
obrigações do Tesouro.
Essa postura irresponsável, em que as
finanças internacionais de Tio Sam e até o funcionamento de seus órgãos
governamentais ficavam à mercê dos
fanáticos do Tea Party, trouxe danos
eleitorais pesados para o GOP. Em
verdade, as elevações do teto da dívida pública, dosadas para durarem por pouco
tempo, vinham atreladas a exigências fiscais da bancada republicana. Na
primeira oportunidade, as excessivas concessões de Barack Obama haviam colocado
em risco a sua possibilidade de reeleger-se, o que ele logrou restabelecer, ao
adotar postura mais firme no embate posterior.
Tais chantagens e extorsões políticas –
valendo-se da elevação do teto da dívida pública, que, no passado tinham sido
sempre tratadas de forma burocrática pelos dois partidos (com a exceção de Newt Gingrich nos anos noventa, com
péssimo resultado para o GOP) – foram
agora escanteadas por Boehner. Resta determinar se ele, no futuro, por sua
coragem política, terá o posto de Speaker
contestado pela própria bancada.
Barbosa anula decisão de Lewandowski em
favor de Dirceu
Desta feita, depois de puxar as orelhas
dos colegas que o substituíram na presidência do STF ( Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski ) por não terem
expedido mandado de prisão para João Paulo Cunha, o Presidente Barbosa
revogou decisão tomada pelo Ministro Ricardo Lewandowski, no recesso
judiciário. O despacho de Lewandowski atendera a pedido da defesa do
ex-deputado José Dirceu. Nesse sentido, Lewandowski determinara que a Vara
de Execuções Penais de Brasília decidisse com urgência pedido para que Dirceu
pudesse trabalhar fora da prisão.
A análise de tal solicitação havia sido
suspensa por Barbosa até que se apurasse se o ex-ministro usara celular no
interior do presídio (o que é proibido). A revogação do ato do Ministro
Lewandowski foi justificada pelo Presidente Joaquim Barbosa pela circunstância
de o Ministério Público não ter sido ouvido.
A conduta do Presidente – que foi firme
e coerente – não é decerto inédita, mas rara (pelo costume da composição entre
os membros do colegiado). Segundo noticia a Folha,
três ministros disseram, sob condição de
anonimato, que o clima no tribunal está
péssimo. No seu entender, a Corte deveria buscar harmonia como forma de se
resguardar. Por isso, criticaram Barbosa por não ter buscado solução
alternativa.
Quanto a Ministros que falam pelas
costas, e que se acobertam no anonimato, o valor de sua posição, em
contraposição às atitudes do Presidente Joaquim Barbosa, tende a indicar-lhes o
respectivo peso junto à opinião pública.
Barbosa, por passar imagem de firmeza e
de respeito à autoridade, pode ir a qualquer lugar e sair pela porta da frente.
Além disso, a despeito das dificuldades que encontraria por circunstâncias de
legenda, tem popularidade que o faz ser considerado potencial candidato à presidência da república.
E os demais?
(Fontes: The New York Times; Folha de S. Paulo)
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