Comunicação na Presidência Dilma Rousseff
O veterano jornalista e colunista da Folha, Janio de Freitas, reserva
palavras duras sobre a comunicação na presidência Dilma. A respeito da parada
da Presidenta e sua comitiva por menos de um dia em Lisboa, será que cabe “à Secretaria de Comunicação da Presidência
proporcionar prontos e claros esclarecimentos” ?
Após aditar que
a “sua existência é para isso”, J.F. conclui que “há muitos meses o secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, foi
incumbido de fazer o papel público de secretário de imprensa”. (...) “Seu tom é
( no entanto), sempre mais pessoal do que jornalístico ou governamental. Aí, e
não no PT ou outra influência, está presente a já longínqua conveniência de mudança ampla na comunicação do governo Dilma, sobretudo a
da Presidência, a pior das que me lembre. Se vai melhorar, nem imagino.”
(o grifo é da responsabilidade do blog. Voltarei a este
assunto)
A Epidemia Secreta
Por incrível que pareça, o Governo do
Distrito Federal do senhor Agnelo Queiroz optou por esconder os casos de dengue
em Brasília durante a Copa das Confederações. Nesse contexto, os moradores do
Estado do Rio – e do Rio de Janeiro em particular - também tem conhecimento da
inépcia governamental no combate à epidemia (como esquecer a observação de
Cesar Maia – durante uma das mais graves epidemias de dengue sofridas pelo povo
carioca: que seria melhor esperar que os mosquitos Aedes Aegypti voassem para o
mar ? ).
Pois agora
encontramos algo ainda mais condenável. A Administração Cesar Maia pode ter
realizado campanha inepta contra a dengue, mas pelo menos a existência da
epidemia foi reconhecida e a sua evolução noticiada pelos jornais.
A atitude do
governo do Senhor Agnelo Queiroz foi
muito pior, pois procurou ocultar a epidemia do conhecimento dos habitantes do
Distrito Federal. “(Como) o governo do D.F.
simplesmente decidiu esconder os relatórios técnicos que alertavam sobre
o avanço da doença (na época da Copa das Confederações). Uma decisão que teve
dois objetivos: evitar um monumental constrangimento aos organizadores e omitir
a negligência dos administradores públicos. O
vexame, porém, pode ter sido apenas adiado. Sem ações concretas de prevenção, é
muito grande o risco de a dengue ressurgir com força às vésperas da Copa do
Mundo.”
Consoante revela
Veja desta semana, “o desaparecimento
dos relatórios foi descoberto pelo Ministério Público do D.F. em abril, quando
os casos de dengue atingiam o pico (...) e já representavam um aumento de 500%
em relação aos números registrados no mesmo período do ano anterior.
Investigando o episódio, a promotoria de Defesa da Saúde soube, através de
funcionários do próprio governo do Distrito Federal que houve uma ordem
informal para embargar a divulgação das
ocorrências de dengue notificadas. Os mapas epidemiológicos produzidos pelos
técnicos, antes disponibilizados na internet,
passaram a receber um carimbo de ‘circulação
restrita’ e sumiram da rede a partir de janeiro (de 2013), mês em que os casos
da doença começam a aumentar por causa das chuvas. ‘Essa omissão foi criminosa.
A Secretaria de Saúde escondeu esses dados para não comprometer a imagem do
governo, justamente às vésperas da Copa das Confederações’, acusa o promotor Jairo Bisol.”
Bisol vai
entrar com uma ação de improbidade contra os responsáveis pelo repasse das
verbas. Desperta espécie que o
governador Agnelo Queiroz tenha anunciado agora (fim do ano passado) a
liberação de 40 milhões de reais para a realização de campanhas publicitárias para
orientar a população sobre as maneiras de combater a doença.
Segundo o
M.P., nos últimos dois anos apenas oito milhões de reais foram aplicados em ações de
publicidade contra a dengue pelo governo do D.F. Por sua vez, os recursos
aplicados no combate direto à moléstia foram praticamente irrisórios. “E aí o
governo chega agora e diz que vai gastar quarenta
milhões apenas em publicidade? Não
deixa de ser estranho esse descompasso justamente num ano eleitoral”, observou
o promotor.
E o governo
do D.F. está agora colhendo o que semeou. O monitoramento revela que os casos
da doença em Brasília já quadruplicaram, em relação à primeira semana do ano. A
propósito, a subsecretária da Vigilância em Saúde, Marília Coelho, negou qualquer irregularidade ou mesmo negligência,
mas não conseguiu explicar o porquê de ainda hoje os dados da epidemia de 2013
continuam inacessíveis na página do governo.
“Fontes: Folha de S.Paulo,
VEJA”
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