segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Diário da Mídia (V)

                 

Comunicação na Presidência Dilma Rousseff 

 

        O veterano jornalista e colunista da Folha, Janio de Freitas, reserva palavras duras sobre a comunicação na presidência Dilma. A respeito da parada da Presidenta e sua comitiva por menos de um dia em Lisboa, será que cabe “à Secretaria de Comunicação da Presidência proporcionar prontos e claros esclarecimentos” ? 
       Após aditar que a “sua existência é para isso”,  J.F. conclui  que “há muitos meses o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi incumbido de fazer o papel público de secretário de imprensa”. (...) “Seu tom é ( no entanto), sempre mais pessoal do que jornalístico ou governamental. Aí, e não no PT ou outra influência, está presente a já longínqua conveniência de mudança ampla  na comunicação do governo Dilma, sobretudo a da Presidência, a pior das que me lembre. Se vai melhorar, nem imagino.”

(o grifo é da responsabilidade do blog. Voltarei a este assunto)

 
A Epidemia Secreta  


 
       Por incrível que pareça, o Governo do Distrito Federal do senhor Agnelo Queiroz optou por esconder os casos de dengue em Brasília durante a Copa das Confederações. Nesse contexto, os moradores do Estado do Rio – e do Rio de Janeiro em particular - também tem conhecimento da inépcia governamental no combate à epidemia (como esquecer a observação de Cesar Maia – durante uma das mais graves epidemias de dengue sofridas pelo povo carioca:  que seria melhor esperar que os mosquitos Aedes Aegypti voassem para o mar ? ).

      Pois agora encontramos algo ainda mais condenável. A Administração Cesar Maia pode ter realizado campanha inepta contra a dengue, mas pelo menos a existência da epidemia foi reconhecida e a sua evolução noticiada pelos jornais.

     A atitude do governo do Senhor Agnelo Queiroz foi muito pior, pois procurou ocultar a epidemia do conhecimento dos habitantes do Distrito Federal. “(Como) o governo do D.F.  simplesmente decidiu esconder os relatórios técnicos que alertavam sobre o avanço da doença (na época da Copa das Confederações). Uma decisão que teve dois objetivos: evitar um monumental constrangimento aos organizadores e omitir a negligência dos administradores públicos. O vexame, porém, pode ter sido apenas adiado. Sem ações concretas de prevenção, é muito grande o risco de a dengue ressurgir com força às vésperas da Copa do Mundo.”

      Consoante revela Veja desta semana, “o desaparecimento dos relatórios foi descoberto pelo Ministério Público do D.F. em abril, quando os casos de dengue atingiam o pico (...) e já representavam um aumento de 500% em relação aos números registrados no mesmo período do ano anterior. Investigando o episódio, a promotoria de Defesa da Saúde soube, através de funcionários do próprio governo do Distrito Federal que houve uma ordem informal para embargar  a divulgação das ocorrências de dengue notificadas. Os mapas epidemiológicos produzidos pelos técnicos, antes disponibilizados na internet, passaram  a receber um carimbo de ‘circulação restrita’ e sumiram da rede a partir de janeiro (de 2013), mês em que os casos da doença começam a aumentar por causa das chuvas. ‘Essa omissão foi criminosa. A Secretaria de Saúde escondeu esses dados para não comprometer a imagem do governo, justamente às vésperas da Copa das Confederações’, acusa o promotor Jairo Bisol.”

         Bisol vai entrar com uma ação de improbidade contra os responsáveis pelo repasse das verbas.  Desperta espécie que o governador Agnelo Queiroz tenha anunciado agora (fim do ano passado) a liberação de 40 milhões de reais para a realização de campanhas publicitárias para orientar a população sobre as maneiras de combater a doença.

        Segundo o M.P., nos últimos dois anos apenas oito milhões  de reais foram aplicados em ações de publicidade contra a dengue pelo governo do D.F. Por sua vez, os recursos aplicados no combate direto à moléstia foram praticamente irrisórios. “E aí o governo chega agora e diz que vai gastar quarenta milhões  apenas em publicidade? Não deixa de ser estranho esse descompasso justamente num ano eleitoral”, observou o promotor.

         E o governo do D.F. está agora colhendo o que semeou. O monitoramento revela que os casos da doença em Brasília já quadruplicaram, em relação à primeira semana do ano. A propósito, a subsecretária da Vigilância em Saúde, Marília Coelho, negou qualquer irregularidade ou mesmo negligência, mas não conseguiu explicar o porquê de ainda hoje os dados da epidemia de 2013 continuam inacessíveis na página do governo.

 

“Fontes: Folha de S.Paulo, VEJA”    

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