quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Trincheiras da Liberdade B 2

                     
 
As Olimpíadas de Inverno em Sochi

 
        Às vésperas da inauguração das Olimpíadas de Inverno em Sochi, não se deve menosprezar o repto que enfrenta gospodin Vladimir V. Putin ao embarcar na arriscada aposta de transformar Sochi, nos contrafortes ocidentais do Cáucaso, antes refúgio invernal preferido do ditador Joseph Stalin, em local olímpico.

        Enormes investimentos da Rússia se tornaram indispensáveis pela própria inadequação do sítio para o evento. Embora Putin ‘revele’ gastos de sete bilhões de euros, e só metade desta soma alegadamente seriam em dispêndios públicos, as contas do opositor Alexis Navalny apontam outros totais muito mais salgados, segundo Helena Celestino.  Na verdade, a conta de Sochi monta a quarenta e oito bilhões de euros, e portanto mais cara do que as olimpíadas de Beijing, e quatro vezes o gasto em Londres!
      Como se vê, pela inadequação de Sochi para um tal evento – antes sítio isolado e de acesso difícil - foi necessário construir toda uma rede de infraestrutura, com túneis, vias férreas e o escambau, assim como, pela cercania de área conflagrada (Tchetchênia e Daguestão, que os rebeldes islamistas querem transformar em califado independente), e ainda sem falar de toneladas de neve artificial, a realização exitosa é mais um desafio para o super-herói Putin, que não mede nem despesas, nem riscos para levar adiante o seu objetivo.

    Nem Barack Obama, nem o Presidente da Alemanha comparecerão à inauguração. Por outro lado, os americanos são instados a não revelarem pelos abrigos a própria nacionalidade, dada a ameaça terrorista. Para complicar o quadro, existe a homofobia do regime e a sua tentativa de impedir que ativistas de toda ordem participem do certâmen, até mesmo como simples espectadores.   
    Não há negar que o troncudo Vladimir Putin – a exemplo dos homens fortes em que se modela, como, v.g., Benito Mussolini[1], aparecendo sem camisa na batalha do trigo – tem um senhor desafio pela frente!

 
O abandono dos jogadores  pelos cartolas

 
      Como um fogo persistente, que a princípio se dissimula em brasas, desde muito há válido descontentamento entre os jogadores de futebol no Brasil pela maneira em que se realiza a gestão dos alegres cartolas das múltiplas atividades desportivas.

      Igualmente, dentro do padrão corrente, há muitas possibilidades de que greve geral se inicie por São Paulo.  Em tal sentido, o Bom Senso F.C. faz mutirão para contactar representantes dos vinte clubes da primeira divisão do Paulista. O plano é disseminar a ideia de paralisação do torneio no fim de semana, de modo a que não se realize nenhuma das dez partidas da 7ª. Rodada.

    Depois dos minutos de bate-bola entre as equipes do Campeonato Nacional do ano passado, a idéia é engrossar com a greve, eis que as demonstrações light da temporada do ano passado não deixaram marca. Somente com a falta das partidas, o movimento acordaria as torcidas e conscientizaria nas caixas respectivas que jogadores não são máquinas, e que deve haver planejamento sério e humano dos torneios.
      A coisa começa por São Paulo, mas, se  confirmado o propósito, não se sabe aonde vai terminar...

 

(Fontes: Folha de S. Paulo, New York Times)



[1] Então o famoso Duce extraía suspiros das moçoilas italianas. Mais tarde...

Nenhum comentário: