sábado, 2 de junho de 2018

Por que Parente pediu demissão


                                      

           A saída de Parente não foi um efeito direto da greve dos caminhoneiros. No entanto,  vários atores políticos entreviram oportunidade para  agir contra a política de preços da Petrobrás, a partir da entrada em cena da greve dos caminhoneiros.
           Houve ataques diretos e indiretos, dentro do esquema governista.  Dessarte, o Presidente do Senado, o governista Eunício Oliveira (MDB-CE) atacou o Presidente da Petrobrás ... e  não houve quem o defendesse de parte do Governo Temer.
             Mais outras sugestões surgiram, de acordo com o nível de cada um. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, defendeu subsídio ao gás de cozinha.  Já Moreira Franco (Minas e Energia) passou a defender um 'colchão' - além do diesel - para amortecer os preços de outros combustíveis.         
               E não era só isso, pois além dessa ação do Palácio do Planalto e de lideranças do Congresso, havia o interesse  do Governo nos R$ 100 bilhões do leilão dos barris de petróleo  excedentes da cessão onerosa do pré-sal.   
               Faltou, manifestamente,  empenho ao Senhor  Presidente da República em manter na chefia da Petrobrás a Pedro Parente.  A frase do Presidente Parente, na sua carta de demissão, "minha permanência deixou de ser positiva  para a construção  de alternativas"  expressa claramente a falta de vontade política de mantê-lo na direção da Petrobrás,  na qual Parente se terá mostrado demasiado à altura do desafio dessa mega-companhia.
              Já nos quinze dias da greve dos caminhoneiros, a Petrobrás  foi de empresa mais valiosa da América Latina para a quarta posição entre as listadas na Bolsa, atrás da Ambev, Vale e Itaú.
                Agora se anuncia como novo presidente da Petrobrás a Ivan Monteiro, que foi levado à estatal por Aldemir Bendine, preso na Lava-Jato. Sem embargo, Monteiro é bem-visto pelo mercado.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )  

Nenhum comentário: