sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Epidemia do zika virus no Rio ?

                                     

         O aedes agypti, pois é desse mosquito que temos de falar como vetor de enfermidades sérias, graves mesmo, precisa ser varrido do Brasil. Para que se tenha ideia da gravidade das doenças que espalha - todas elas podem ser mortais - como a dengue, a síndrome de Guillen-Barré, e o zika virus. O que mais consterna é que nenhuma campanha digna deste nome tenha sido empreendida, de forma séria, ampla e sustentada.

         Na verdade é inacreditável, que por todos esses anos, as diversas epidemias ,no ano passado do dengue e agora do zika virus e, possívelmente, o tal nefasto mosquito carregue igualmente a síndrome de Guillen-Barré acima aludida, que é também grave e tem de ser clinicamente detectada, não hajam merecido a atenção que estão a exigir de parte das autoridades federais, estaduais e municipais.

         Há governos responsáveis e outros não.  Forçoso será convir que o de Dilma Rousseff, incrivel e desmerecidamente reeleita em novembro passado, está hoje à deriva. Cuida, se tanto, da própria salvação, que a cada semana, a despeito de inúmeros intentos, se vem tornando cada vez menos provável.

         O diabo é que ela ainda tem muitos partidários. Derrotada na votação para as comissões especiais do impeachment, logrou outra sobrevida com a intervenção do esperto novel Ministro do Supremo, Luiz Fachin, que tenta judicializar o processo de impeachment, propondo-se inclusive a escrever um novo código do impeachment, o que é, como escreve Merval Pereira, totalmente inusitado.

         É o velho truque de quem, se perde na urna, recorre à Senhora Vendada. Desse expediente, o clã Sarney é doutor - que o diga o pobre Jackson Lago, a quem logrou desalojar da governança do Maranhão. Agora com a interveniência do partido-cliente, o PCdoB, foi feita a ponte para a liminar de Fachin e o adiamento até a próxima semana.

        Mas o problema está em que o paciente - o segundo mandato da Presidenta - se acha nos extremos.  A tal ponto, que a respectiva salvação por meio dos leguleios se afigura cada vez mais improvável.

        Nossa gente deveria dispor de governos que fossem menos demagógicos, e mais eficientes. Pensando sempre na própria salvação - como é o caso presente - esse paquidérmico organismo não tem nenhuma sombra de possibilidade de empreender qualquer ação que venha a ser útil e eficaz para o Brasil.

        O que se deveria ter feito quando as más novas sobre a irrupção do zika virus (cuja crueldade vai muito além de muitos coleguinhas seus: essa de infestar o cérebro de um feto tornando-o microcéfalo é indescritível na sua capacidade de infligir o mal, mormente a uma criança futura que se vai arrastar pela existência - se a tiver - como verdadeiro mentecapto - tendo a mente na prática tomada por essa praga) salta aos olhos e ao bom senso. Abrir magna campanha no Nordeste, em toda a zona afetada, para com o apoio da população vistoriar cada lar, humilde ou senhoril, sem exceção. Os ricos, os abastados e as autoridades deveriam dar o exemplo, abrindo suas mansões e moradas, para que sejam examinadas. O mesmo, é claro, cabe no Sul maravilha. Leio que há gente em São Paulo que se opõe a abrir as próprias casas para os agentes mata-mosquito.  Isso além de inadmissível, é burro e revoltante, e as autoridades (ouviu, Governador  Alkmin ?) tem de instruir a todos, sem exceção: livre e ilimitado trânsito dos agentes do poder sanitário público, que vem defender um dos mais elementares dos direitos humanos, que é o direito à segurança sanitária.

           Seria importantíssimo que se parasse toda essa intrusiva e cretinóide propaganda política de partidos corruptos (que continuam pensando que eleitor é trouxa além de burro), para uma vez na vida entrar na televisão e na rádio com meios de defesa da vida humana, incluindo as simples instruções do combate ao Aedes Aegypti (vetor da dengue, zika-virus e síndrome de Guillen Barré!) - combate às poças d'água, vasilhames abertos, pneus velhos e novos, limpeza de terrenos baldios, em trabalhos que devem ser comunitários e orientados por gente com um mínimo de experiência.

            Os governos atuais - inclusive e sobretudo a inutilidade petista ocupada por dona Dilma - nada fizeram para combater o surto, a despeito das profusas notícias da periculosidade do zika virus e da séria, grave mesmo infestação de fetos pelo zika virus no Nordeste (Pernambuco, Paraíba, Piauí, Alagoas, Sergipe) e descendo para o Leste e sem dúvida subindo para a Amazônia.

            Nada mais conducente à doença do que a miséria e a indigência das populações, e a sua incapacidade, se falta de orientação e exemplo não lhe induzam para postura ativa e mesmo proativa, com o desfazimento dos criadouros do vírus.

            A impressão que se tinha quando o noticiário apontava a difusão do vírus, era que os outros estados podiam deitar-se nos próprios berços esplêndidos, como se o que estava atacando as mulheres e os nascituros no Nordeste, estivesse acontecendo nas lonjuras de Ásia e África, lugares distantes de que felizmente nada sabemos e dos quais estamos todos a salvo...

             Sem qualquer aviso do governo, as prateleiras com repelentes contra mosquito estão vazias. Desapareceram de farmácias, drogarias  e  supermercados... 

             Falta à dona Dilma credibilidade para entrar em campanha contra tal flagelo? Ao invés de reunir gente para o Minha Casa - Minha Vida, seria melhor lançar campanha de conscientização no combate ao Aedes Agypti.

             Botando esse chapéu, mostraria que é Governo, e que se preocupa com o bem estar e a saúde de nosso Povo.

             Para quem hoje enlanguesce em Palácio, não seria tempo perdido.

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo, Rede Globo )

Nenhum comentário: