terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Rescaldo da Terça Gorda

                             
Barbosa pede demissão de Cardozo

 
       Motivada pelos encontros do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo com  advogados da Odebrecht e outras empresas investigadas pela Lava-Jato, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa defendeu em mensagem no Twitter a demissão de Cardozo.

      Assim fundamentou ele o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita imediatamente o ministro da Justiça: “Reflita: vc defende alguém  num processo judicial. Ao invés de usar argumentos/métodos jurídicos perante o juiz, vc vai recorrer à política?”

       É de notar-se, outrossim, que a despeito da assertiva  de Cardozo de que não agiu errado e de que todos os seus compromissos são divulgados na internet, levantamento da Folha mostra que sua agenda não informa quais foram suas atividades em 80 dos 217 dias de trabalho que ele teve desde a deflagração da operação Lava-Jato, pela Policia Federal, em 17 de março de 2014.

 
O  Quebra-Cabeças do E. I.

 

      A guerra civil na Síria, depois que a progressão da Liga Rebelde foi contida,  e as posições do ditador al Assad mal ou bem se consolidaram (com o apoio do Irã, da Rússia e do Hezbollah), reforçou-se uma terceira via que é a do Exército Islâmico.

      Embalado pelo abandono a que foi relegada a frente contra Bashar, o E.I. pode ser considerado uma metástese da al Qaida.

      As chacinas e as bárbaras execuções trazem a marca registrada do islamismo radical.

       As reações dos países indiretamente atingidos – o E.I. tem posições avançadas no Iraque  (Mussul), na Líbia e na conflagrada Síria – mais se assemelham a estertores do que a planejada e coerente ação militar.

       Os embuçados militantes do E.I. se especializam em trucidar infelizes indefesos, quando não infernizam a vida de residentes em aglomerações urbanas por eles dominadas (como no Iraque).

        Uma intolerância aguda, medieval, motiva o assassínio bestial de todo ser humano que professe outra religião. Os exemplos abundam: britânicos, japoneses, yazidis, egípcios (coptas), jordanianos.

        A influência do extremismo muçulmano também mostra a digital no massacre do Charlie Hebdo e no recente intento de castigar cartunista dinamarquês.

       Tampouco a ‘resposta’ do Ocidente  me parece satisfatória.  O que Papa Francisco disse, apesar de quase abafado por declarações peremptórias de grandes líderes ocidentais que, se porventura espremidas, nada produzem de concreto, faz pensar se a liberdade de expressão deva ser confundida com a liberdade de escarnecer.

       Acaso os desenhistas estão cientes de que o Profeta preferia os gatos aos cachorros? E que os cães – a que tanto apreciamos – constituem por vezes – e não só para os muçulmanos – matéria para ofensas pesadas? Tudo isso somado, o fato de desenhar o Profeta como um cão não seria um agravo para muitos despropositado?  Nada justifica, é verdade, o recurso ao homicídio, mas se deve ter presente que se lida aí com matéria delicada, suscetível de provocar reações violentas, sobretudo de gente que não vive em meios culturais com tradição de tolerância e de respeito à diversidade? Mas será que pensando bem esse respeito à diversidade poderia ser um elemento de juízo, posto que nunca máscara para a censura ?

       

 ( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo _

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