Obama e a Crise na Ucrânia
Os correspondentes de imprensa nos Estados Unidos – e
não só os brasileiros – adotam em geral postura crítica em relação a Barack
Obama, no que consideram a ‘fraqueza’ do Presidente americano. Escrevem
isso com grande desenvoltura, mas ao inculparem o democrata pela sua suposta
incapacidade de prevalecer sobre Vladimir
Putin, convenientemente esquecem que seu antecessor, o republicano George W. Bush também terá sofrido de
similar incapacidade quanto às estripulias do mesmo presidente russo (V. crises
da Abkázia do Sul e da Geórgia).
O que fazer com o líder de ex-superpotência,
armado até os dentes com engenhos nucleares, e que cultiva ideologias
autoritárias como a eurasiana, com muitas achegas do nazismo e de outras
doutrinas que deveriam jazer apenas nas gavetas de historiadores?
Inculpar Barack Obama pelos
excessos do ex-KGB Vladimir Vladimirovich
Putin, pode até entender-se na boca de líderes republicanos, intentos
em denegrir o Presidente democrata, no afã de preparar o terreno para algum
sucessor republicano. Mas essa tópica má-fé – que tão bem casa com o discurso
de certas alas do GOP – não se
sustenta diante das evidências.
E o governo americano tem
recorrido sempre a sanções econômicas e financeiras, que são aquelas que podem
levar Putin à mesa de negociação. É o único modo possível para fazê-lo recuar.
Vimos o triste espetáculo de a anexação ilegal da Crimeia ter recebido uma
chuva de abstenções (inclusive a da diplomacia de Dilma Rousseff), como se
desrespeitar tratados e compromissos internacionais fosse comportamento
aceitável no século XXI. Os que, por oportunismo e fraqueza, não condenaram a
prática, se sofrerem tratamento equivalente, em que porta baterão?
Quanto a não lograr que
governos europeus sigam a sua linha, devagar com o andor. Não podemos colocar
no mesmo saco países dependentes da energia russa, dos demais que dispõem de saídas
alternativas.
Como outros ditadores e
governantes autoritários do passado, Vladimir Putin tem pés de barro. É na
economia e nas finanças que está o ventre exposto da Federação Russa. As
sanções americanas pesam e vão pesar ainda mais, se Putin continuar na sua fuga
para a frente. Meter-se com tais milicianos e semear à sua volta tantas
tempestades é correr o risco do aprendiz
de feiticeiro que abre o frasco dos ventos e dos maus espíritos.
Decerto lhe parece fácil
fazê-lo. Pensa nas vantagens tópicas imediatas e se esquece dos malefícios e do
controle perdido. O diabo será lograr que retornem à velha garrafa. Ouvir a repreensão de justos como o Primeiro
Ministro da Holanda Mark Rutte pode ser o começo da responsabilização por
tantos males cometidos contra inocentes.
A Volta de Dunga
Depois do fracasso de 2010,
quando a seleção foi despachada para casa pela Holanda, o técnico Dunga volta a ser convocado pela CBF, agora por José Maria Marin e o coordenador geral, Gilmar Rinaldi, para ser de novo o encarregado do scratch brasileiro.
Depois do desastre dos sete a
um com a Alemanha, e o espetáculo deprimente de Felipão e Parreira, é esta a
renovação que o senhor Marin tem para nós brasileiros?
Quando do último vexame – e põe
vexame nisso – falou-se na necessidade de um recomeço da seleção, e da urgência
de fazê-la entrar em novo paradigma, eis que o padrão Felipão, que Dilma disse ser o do seu governo, não mais serve para o nosso
futebol, antes considerado o melhor do mundo e por isso o mais temido.
Não há piada de mais mau
gosto do que esta. Pois ela reflete um total descompasso com a realidade. Vamos
tornar a outra era Dunga, com os selecionados – uns poucos, pois o excessivo
brilho irrita ao ex-craque da seleção de 1994 – reclusos em algum compound, naquele ambiente de fajuta
família que presidiu a triste empresa da África do Sul?
Lula e a Realidade
A coluna de Ricardo
Noblat de hoje, de O Globo,
me parece de leitura obrigatória.
Lula, o orgulhoso fazedor
de ‘postes’ na política brasileira –
e citemos apenas dois, Dilma Rousseff
e Fernando Haddad – tem interessantes
características – ou talvez vezos - que
o colunista de O Globo cita.
Nesse contexto, como
premissa básica a frase de Fernando Henrique: “Ao se defender, Lula ataca. Jamais se
explica, sempre acusa.”
A esse propósito, há pelo
menos uma exceção ao comentário de FHC: ‘o efeito devastador sobre o governo do
escândalo do Mensalão obrigou Lula a convocar uma cadeia nacional de rádio e
televisão para pedir desculpas aos brasileiros’. Sem embargo, ‘uma vez terminado o julgamento
do Mensalão, disse que ele jamais existiu’.
Nesse contexto, dentre as ‘bondades’ do
ex-presidente, está a circunstância de que “o tempo de propaganda eleitoral de
Dilma será três vezes maior que o de Aécio e cinco vezes maior que o de Eduardo”
Campos. O ‘porquê’ está no fato de que Lula costurou uma aliança de dez partidos,
a maioria de aluguel, que doou a
Dilma seu tempo de propaganda em troca de dinheiro e de cargos no governo. Se
tudo der certo, Lula promete acabar com os meios pouco recomendáveis que teriam
ajudado Dilma a se reeleger.”
Acreditar nas promessas de
Lula é difícil. O pior é que criam ambiente que contribui para manter a atual
podridão, com os quase quarenta ministérios, o aumento dos gastos
correntes, etc.etc.
(Fontes subsidiárias:
O Globo, Folha de S. Paulo)
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