segunda-feira, 14 de julho de 2014

Correio da Copa (XXV)


                                 

         Mario Götze, o jovem reserva que entrou aos 43 do segundo tempo,  tornou-se o herói da Copa do Mundo aos oito do segundo tempo da prorrogação, quando já parecia inevitável que a decisão da Copa ficaria para a loteria dos pênaltis. Marcou de sem pulo um belo gol, o único da partida.

        A Argentina completa assim 28 anos sem ser campeã.  Foi uma final muito disputada, e a Argentina soubera até então neutralizar as investidas alemãs, através de uma defesa competente, que apontou os progressos no treinamento de Sabella.   Até a decisão da partida, as duas equipes tiveram chances, sendo que Iguain perdeu gol feito, recebendo um passe de cabeça por clamoroso erro de/ defensor alemão. Como a bola vinha do adversário, não havia impedimento, mas Higuain desperdiçou de forma bisonha a grande chance. Messi não apareceu muito na partida e no chute final de penalidade fora da área – quando já perdiam por um a zero – mandou a bola para as alturas.

      A despeito do afinco da defesa portenha – muito diverso da bisonha atuação do time de Felipão - Alemanha ganhou merecidamente, sendo  a melhor equipe, com superior volume de jogo em quase toda a partida.

      Na distribuição dos prêmios, um emburrado Messi recebeu o prêmio de melhor jogador – que, em geral e no caso, é premiação política – e Neymar recebeu a chuteira de bronze, enquanto James Rodriguez da Colômbia, colheu a chuteira de ouro, como artilheiro da Copa. Aliás, a Colômbia, de Zúñiga, recebeu a premiação de ‘fair play’, o que dá boa idéia da qualidade dos prêmios.  Manuel Neuer recebeu a Luva de Ouro, como melhor goleiro, embora o que deixou melhor impressão foi Keylor Naves, da Costa Rica.
      A maior parte da torcida brasileira torceu pela Alemanha. Depois de menção pelo alto-falante de sua presença na tribuna, Pelé levantou-se para agradecer à ovação do público.  Provocados, então, pelos argentinos, com loas a Maradona, e baixarias ao Brasil, os brasileiros responderam “Mil gols, só Pelé, Maradona cheirador”.
 
    Ao final, a emburrada Dilma ao entregar a taça ao capitão Lahm, da Alemanha, colheu vaias e xingamento na premiação: ‘Ei Dilma, vai tomar no c...’ escandiam os gritos.  E, no entanto, lembrada do Itaquerão, ela limitara ao máximo a própria exposição. Não assistiu à festa de encerramento do Mundial, sentando-se apenas momentos antes do jogo começar. No intervalo, logo se levantou, indo para a área interna do Maracanã. E só voltou à tribuna, quando o segundo tempo havia começado há três minutos.
          Com o seu temperamento fechado e cara de poucos amigos, não escondendo que torcia pela Argentina – ao contrário da grande maioria dos brasileiros – ficou casmurra na cadeira (tinha a seu lado Angela Merkel), e lá ficou, enquanto a outra comemorava de pé o gol...

(Fontes: Folha de S. Paulo,  O Globo )

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