As duas quartas de final de ontem foram dois jogos
bastante diversos entre si. A Alemanha marcou o seu gol no início do primeiro
tempo, e manteve a vantagem em tarde
de baixa inspiração dos jogadores franceses. A arbitragem não comprometeu, e
houve clima de disputa leal, sem faltas desqualificantes.
Já a partida entre Brasil e Colômbia,
se começou bem, terminou muito mal na parte disciplinar, com destaque reservado
à deslealdade de brutal joelhaço nas costas de Neymar. Os
colombianos terão acreditado a onda da imprensa a seu respeito, e se viam como
os favoritos na partida.
O gol do zagueiro Thiago Silva saíu
logo, e durante o primeiro tempo o Brasil desperdiçou várias chances de
aumentar o placar. Mais uma vez Neymar não seria o número dez das jogadas
eletrizantes. Esteve apagado, como aconteceu na partida com o Chile. Outra
infeliz semelhança foi mais uma falta de cartão vermelho, que sofreu desta feita do lateral
colombiano Zuñiga. Mas aí infelizmente terminam as similitudes. Pois o foul foi muito mais forte e desleal do que o tostão que lhe fora
aplicado por jogador chileno. Como é de
conhecimento geral, nesta última partida
a violência foi muito mais grave, a ponto de Neymar haver sido retirado de campo, de maca, gritando de dor, para ser
encaminhado a hospital, onde determinada a fratura de vértebra lombar, provocada pela criminosa intervenção do lateral da Colômbia.
A seleção, escarmentada pelo match com o Chile, jogou no Castelão com
muito mais afinco e personalidade, sobretudo no primeiro tempo. Adotou a tática
da Copa das Confederações e, dessarte, na primeira parte da partida criou
várias ocasião de perigo para a meta adversária. O decantado James Rodriguez
terá acreditado no incensamento da mídia. Se bateu o pênalti provocado por
Júlio Cesar e o converteu foi só. No final, coitado, chorou.
Há uma outra peculiar semelhança entre
as duas faltas sofridas por Neymar, praticadas por jogadores chileno e
colombiano. Ambas foram pontuais, feitas de forma desleal, e ambas não
motivaram nem cartão vermelho (o único imaginável no caso do colombiano Zuñiga),
nem amarelo (como no episódio da partida com o Chile).
O juiz espanhol da quarta-de-final,
Carlos Velazco Carballo, perdeu o controle do jogo – levou muito tempo,
enquanto campeava a violência, para sequer aplicar cartões ou fazer
admoestações verbais – e se deixou dominar pelos jogadores da Colômbia. Esses
parecem ter acreditado muito no noticiário da mídia. Só esqueceram de ter em
mente o retrospecto, que reflete a esmagadora superioridade brasileira.
Se tivessem jogado mais futebol, com
menos faltas e maior lealdade, teriam deixado melhor impressão.
Creio que o Brasil deve ter alguma
representação na FIFA de Herr Blatter e de Monsieur Valcke. A arbitragem encomendada por esses gnomos até
que ajuda a tornar crível que a conquista eventual do Hexa incomode a esses
senhores. É a única explicação para a
leva de juízes que tem apitado os jogos da seleção. A começar pelo japonês, que
presentou a Neymar com um risonho cartão-amarelo. Outra atuação inesquecível
foi a de Mr Howard Webb no jogo com o
Chile, ao anular um gol legítimo do Brasil, entre outras gracinhas. E ontem o espanhol Carlos Velazco, que nos deu aula de como juiz de futebol não deve atuar.
Felizmente, os zagueiros do Brasil
– Thiago Silva e David Luiz – fizeram os gols de nossa vitória. O primeiro de Thiago, logo no início, e o
segundo, uma bela batida de falta da intermediária, com a precisão a que já nos acostumou
David Luiz.
E agora, sem Neymar, teremos de
enfrentar os dois últimos jogos que nos separam do sonho (que aspiramos
transformar em realidade) do Hexa.
( Fontes: O
Globo e Rede Globo )
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