sexta-feira, 18 de julho de 2014

Diário da Mídia (XIX)

                                 

O legado de Dilma

    
                 Dilma nos trouxe a inflação de volta. É uma triste, amarga ironia, que depois da conquista do Plano Real, a presidência tenha caído nas mãos de Dilma Rousseff. Não há mostra mais evidente e constrangedora de que não foi eleita por suas qualidades, mas pelo simples fato do que o seu patrão, Lula da Silva, a indicou para o eleitorado.

                 Não foi somente aqueles que a chamavam a mulher do Lula que a colocaram no Palácio do Planalto. A situação econômico-financeira de então, a popularidade do primeiro presidente petista, a campanha um tanto confusa de seu principal adversário – que não soube realçar  a enorme vantagem em termos de experiência executiva e administrativa a distingui-lo da candidata de algibeira de Lula – a guindaram  à presidência.

                Desde o início, no entanto, preocupou-me  seu vezo retórico de combater a carestia. Pensava que poderia manter à distância o dragão com frases suspeitas tipo não admitirei, não permitirei, etc. Inflação não se combate com armas – que parece ser a fórmula do companheiro de ideologia e ex-caminhonista Nicolás Maduro – nem tampouco com frases ressonantes, mas vazias de conteúdo e de eficácia financeira.

                A despeito de ser economista formada, a Presidenta abriu a porta para a inflação. Manteve a mesma desarrazoada hostilidade do antigo PT da oposição ao Plano Real, como se fora conquista de partido e não da nacionalidade. 

                E, assim, ela reintroduziu no Brasil o mais cruel dos tributos, que é o da desvalorização da moeda e da consequente carestia. E as taxas da inflação, registradas pela sopa de números dos indicadores, e sobretudo pelo IPCA não só estouram o teto da meta do Governo (com 6,52% em julho), mas nos asseguram a amarga certeza de que com essa administração não nos veremos livres desse imposto escondido (sem dúvida o pior deles todos na terra dos tributos e da sobrecarga fiscal).

                Será lícito duvidar que o legado de Dilma Rousseff é o de ter trazido, para nosso infortunado convívio, dona inflação de volta ?   
 

A Nova Pesquisa Datafolha                  

            Dilma continua liderando as pesquisas,  mas as preferências obtidas indicam estagnação com viés para baixa. Passada a Copa do Mundo e suas vaias, a Presidenta marcou 36% no primeiro turno (Aécio, do PSDB, marca 20%) e num eventual segundo turno 44%  contra 40% para Aécio, o que implica em empate técnico dos dois principais candidatos.  É a primeira vez que isso ocorre.

           Por seu lado, o candidato Eduardo Campos (PSB) continua patinando  (8% no primeiro turno), e o aporte de Marina, apesar de saudado, ainda não se tem visto.  Inviabilizando a Rede Sustentabilidade através da jogada da invalidação de assinaturas pelos cartórios do ABC o PT de Lula da Silva logrou uma discutível vitória, que na verdade é o retrato do novo P.T., a concorrer doravante na faixa do PROS e do Solidariedade.

 

( Fontes:   Folha de S. Paulo;  O Globo )

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