A decisão da
instância da FIFA, pretextando não
poder intervir nem modificar a medidas legais e disciplinares relativas à
quarta-de-final Brasil x Colômbia é especiosa e, por conseguinte, inaceitável.
A FIFA
dos senhores Blatter e Valcke não pode escudar-se em uma súmula
dessa partida, manifestamente omissa quanto a ocorrências aí verificadas.
As autoridades da FIFA não podem livrar-se das
providências indispensáveis, por trás de um argumento insustentável
juridicamente. Com efeito, a súmula omissa neste particular reflete a precípua
característica da arbitragem do árbitro espanhol, senhor Carlos Velazco Carballo.
Na verdade, a atuação desse juiz se pautou pela omissão em muitos aspectos,
havendo sido considerado fraco na direção do jogo, a ponto de, inclusive, se
deixar manifestamente dominar por elementos da equipe colombiana.
Em nenhum ponto, contudo, a sua súmula
da partida foi mais gritante e negativa – se procede que presenciou realmente a
agressão do lateral Zúñiga ao atacante brasileiro Neymar - a ponto de considerar sequer mencionável a falta
desqualificante, tanto pelo seu intuito desleal e anti-jogo, quanto pelas suas
consequências. Pois, em verdade, é ainda
mais estranho que não haja tomado sequer conhecimento da retirada do atleta
lesionado em maca.
Tendo tal presente, a CBF não pode
aceitar a cínica recusa da FIFA de tomar qualquer providência, porque um
árbitro omisso optou por motivos tão insondáveis quanto inadmissíveis de
registrar a infração na súmula.
Como o fato além de traumatizante
para todos os que prezam por um futebol não inquinado por essas práticas
criminosas, não pode ter denegada a sua manifesta realidade pela sua condição
de inaceitabilidade, de que o seu amplo registro pela mídia representa prova
adicional.
Por isso, o non possumus deve ser assinalado, com a exigência de que as
instâncias da FIFA respeitem o
certâmen, os jogadores e, em especial, a vítima, que é Neymar. Elas não podem
escudar-se nessa desculpa que apenas refletiria laxismo e desrespeito ao
jogador brutalmente agredido e ao consenso geral daqueles que se empenham por
partidas decididas na técnica e no respeito do adversário.
Nesses termos, a CBF deve exigir a revisão dessa decisão
inaceitável, que tenta acobertar um crime, que está estampado e gravado por
todos os meios da mídia, assim como o foi a agressão de Luis Suárez contra o jogador Chiellini,
na partida com a Itália, e que provocara punição exemplar ao atacante uruguaio.
E não se deve por último esquecer
que se Jérome Valcke, funcionário da FIFA, julgara oportuno ameaçar com
pontapé no traseiro a autoridades do governo brasileiro, indo portanto na
própria desenvoltura muito além de seus interlocutores na CBF, agora caberia a Suas Excelências do Governo intervir em defesa
da justiça e do respeito que se deve ao jogador brasileiro.
( Fonte: O Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário