Contas de D. Dilma
Não é bom o
resultado da folha de despesas do Governo.
Houve um incremento no custeio (R$ 156,9 bi em 2012 para R$ 188,6 bi em 2013. Cresceu 20,2%. Nessa conta estão os dispêndios
do Tesouro com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que subsidia a desoneração das contas de luz (em outras
palavras, o agrado do Governo aos usuários custa R$ 7,8 bilhões para o Tesouro).
Por outro lado,
em tendência das Administrações petistas, que privilegiam os gastos correntes,
o ítem pessoal e encargos também
subiu (de R$ 186 bi para R$ 202,7 bi ). Aqui a alça foi de 8,9%. Assinale-se, por oportuno, que
tanto Lula, quanto Dilma gostam de aumentar o serviço público. São enormes as
somas já previstas para 2014. É uma tendência que se levada ao exagero, carrega
os dispêndios do governo em ítem sem flexibilidade. A par disso, vai em contra
a tendência moderna de um estado mais leve e menos engessado. Note-se que se
contrata gente a custos mais altos que a iniciativa privada, com proveito menor
para o Estado, além de formar castas de servidores cujo rendimento tende a ser
baixo, porque não estão condicionados pelos controles de qualidade aplicados
durante a respectiva trajetória profissional.
Também subiram
Benefícios assistenciais: de R$ 29,2 bi para R$ 33,5 bi (mais 14,7%) e Despesas previdenciárias - de R$ 316,6 bi para R$ 357 bi (mais
12,8%).
Note-se que o aumento menor foi no ítem em
que seria benéfico para o país que ele fosse maior. Reporto-me ao Capital (investimentos) que teve pífio
incremento de 6,4%, que passou de R$ 59,4 bi para R$ 63,2
bilhões.
Foi justamente
no setor dos gastos públicos, que as despesas da União fecharam o ano em patamar recorde de R$ 914 bilhões, o que
vem a ser 19,02% do PIB.
Assinale-se que
os dispêndios cresceram mais do que a receita – o que não é bom – com 13,6% em
relação a 2012, enquanto a receita aumentou menos (12,5%). Sem recursos una tantum (aqueles extraordinários) o Tesouro não lograria
equilibrar as contas. Os totais brutos em despesas foram de R$ 914 bi contra R$
991,1 bi, em receitas (engordadas por receitas extraordinárias em concessões –
de que R$ 15 bi – campo de Libra - e do
Refis da Crise R$ 21,8 bi.
Por fim, a
Dívida Pública continua a inchar, com elevação de 5,67%, superior ao da própria economia. Para este ano de 2014, a
expansão da Dívida será ainda maior: de 9,3%,
segundo estimativa do Governo.
Como a
performance é medíocre, a dívida em aumento, os gastos mal-distribuídos, tudo
isso desagua em nossa moeda, que desceu para o setor das emergentes de mais
deficiente rendimento. Assim, não surpreende que o valor do real despenque em
relação ao dólar, com depreciação de 17,07 % (undécimo lugar nas moedas que se
depreciaram) (V. blog de ontem, Notícias direto do Front, Variações nas divisas
dos Emergentes).
É preocupante o
distanciamento da moeda brasileira daquelas com melhor desempenho. Que
diferença dos tempos em que o real era o centro das (boas) atenções. É oportuno
lembrar que a gestão econômico-financeira da economista Dilma Rousseff colocou
o real na virtual rabeira das divisas emergentes, próxima das últimas e com
mais elevada depreciação. Entre essas, a lanterninha é o peso argentino, com uma desvalorização de
41,98 !
Reforma ministerial ?
José Henrique Paim, como número dois do
MEC, agora o assume. O seu trato com
Dilma vem desde o secretariado de Olivio Dutra. Hoje petista, já foi filiado ao
PSDB na década de oitenta. Tem perfil de gestor.
Helena
Chagas, a Ministra da Comunicação, semelha haver entrado nessa mini-reforma
ministerial pelo lado errado, eis que perdeu a pasta a instâncias do P.T. e notadamente
de Franklin Martins, aquele que luta há bastante tempo por um lei de controle
da comunicação social. E o lugar vai ... para Thomas Traumann, que assessorou Palocci na Casa Civil. Com a saída (forçada) deste último, foi
pendurado no galho da Secom, de Helena
Chagas.
A sua ascensão posterior se insere nas lutas
sibilinas de gabinete. Consoante a imprensa, Traumann protagonizava uma disputa
velada contra a Ministra Helena Chagas. Com o apoio do PT e sobretudo de
Franklin Martins – que vai voltando às boas graças de D. Dilma – conquista a
ministrança, dentro de estória que não tem muito de original.
(Fontes: Folha de
S.Paulo, O Globo)
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