Superávit na prorrogação e com ajuda do juiz
Para
acalmar o mercado – que estaria nervosinho
- o Ministro Guido Mantega antecipou
ontem o resultado das contas públicas da União em 2013. Segundo o Ministro da
Fazenda, o superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida
pública) do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência
Social) atingiu R$ 75 bilhões (a meta assumida era de R$ 73 bilhões).
Por sua
vez, a meta de superávit primário de estados e municípios é de R$ 37,9
bilhões, ou 0,8% do PIB. Ante a dificuldade de estados e municípios em cumprirem
a sua parte, a União decidiu fazer reserva de R$ 10 bilhões para compensar
parcialmente o que estados e municípios não lograssem poupar em 2013. No
entanto, até novembro o esforço fiscal de estados e municípios estava em apenas R$ 20,16 bilhões, vale dizer
R$ 17,44 aquém da meta.
Como indicado pela colunista Miriam Leitão, foi tortuoso o caminho seguido pelo
Governo em termos de superávit. Concedeu
a si próprio vários abatimentos no número que teria de cumprir e, mesmo assim,
só atingiu o objetivo porque houve receitas extraordinárias (de acordo com a
economista Margarida Gutierrez metade dos 75 bilhões economizados se referem à
concessão do campo de Libra e ao Refis, programa de parcelamento de dívidas).
Por outro
lado, segundo Gil Castello Branco, o governo assumiu o compromisso de pagar,
mas não pagou, R$ 165 bilhões, o que somado ao que não fora pago anteriormente,
produziu um ‘restos a pagar’, ainda de acordo com Gil, de R$ 240 bilhões: “Com
o volume crescente de restos a pagar, esse expediente virou um verdadeiro
orçamento paralelo. Em 2002, foram R$ 20 bilhões”.Ainda de acordo com Gil, “contabilidade postergada é irmã da contabilidade criativa.”
Na verdade,
o Governo Dilma é tristemente coerente com a sua estratégia fiscal. O
desrespeito à norma está presente por toda a parte, seja nas gastança
generalizada, e o excesso de despesas resultantes de uma pletora de manobras
fiscais que traz a volta do subsídio, camuflado ou não, das desonerações
fiscais (essa roleta russa que depriva de certeza os empresários nas
respectivas inversões), o assistencialismo desenfreado, tudo embrulhado numa série
de artifícios que ressuscitam práticas contábeis dos tempos da inflação sem
peias, e de muitas mágicas, que podem confundir alguns, mas acabam sempre
expostas, na sua pobreza conceitual, como receitas de malogro que sempre serão.
A tudo isso, se acrescenta, em doses cavalares, as estultas manobras contra o
Plano Real e a Lei da Responsabilidade Fiscal, como as últimas ‘bondades’ para
a desastrosa gestão da prefeitura são-paulina pelo Senhor Haddad só tendem a
agravar.
As Reservas Encolhem por Primeira Vez
Desconfio que a
notícia não estará nos boletins do Partido dos Trabalhadores. Por primeira vez
em treze anos, as reservas brasileiras em divisas caíram 0,74% em 2013. No fim
de 2013, o país teve saída líquida de dólares de US$ 7,064 bilhões até o dia
27, sexta-feira, feito o desconto de o que ingressou.
Antes, as
reservas haviam recuado só em 2000, quando por força de crise financeira,
encolheram em 9,11%, perfazendo US$ 33,011 bilhões.
Já em 2013, as
reservas em divisas somavam US$ 375,794 bilhões. Não diferem
muito do total referido no blog de
ontem, relativo a agosto último. Resta saber, no entanto, a quanto monta a
dívida externa (em agosto era de US$ 325 bilhões).
(Fontes: O
Globo, VEJA )
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