terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Diário da Mídia (IV)

                                   

Brasil constrói portos em Cuba

 
      Apesar da notória deficiência na instalação portuária no Brasil, e as débeis tentativas de otimizar o emprego de nossos portos – que, hoje, pela conjunção de vias de transporte deficientes, medíocre capacidade de armazenagem, e a operação insatisfatória do carregamento dos navios, pelo controle da estiva pelos sindicatos – dona Dilma resolveu aparelhar Cuba e o porto de Mariel, com a correspondente Zona Especial de Desenvolvimento (ZED).

      Não esquecidos dos ideais da juventude, tanto Lula da Silva, quanto a sua criatura, Dilma Rousseff, encaram a ilha do Caribe como o farol perene de suas ilusões juvenis. Assim, o BNDES – que é pau pra toda obra, e sobretudo para cobrir, na gastança, muitos investimentos do regime – já forneceu um crédito de US$ 802 milhões, para a construção do porto (o restante, US$ 155 milhões ficam a cargo de Cuba),
      In loco, a presidenta anunciou investimento suplementar de US$ 290 milhões, de que 85% virão dos cofres do BNDES (e 15% a contrapartida do regime castrista). Assinale-se, por oportuno, que Dilma anunciou financiamento que ainda não foi examinado pelo BNDES, e se acha em negociação em nível ministerial.

      Para a emocionada Presidenta, tal não passa de um detalhe. O BNDES encontrará os recursos...
      Na cerimônia do porto de Mariel – que seria o maior do Caribe – a exultante Dilma acena, ao lado de Raul Castro, com pedacinho da faixa da inauguração. Ainda na foto, posto que não designados, estão Nicolás Maduro, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.

      Em seu discurso, Dilma afirmou que Cuba sofre ‘um embargo econômico injusto’ e comemorou a reintegração do país a organismos internacionais (‘Somente com Cuba nossa região estará completa’). Como se não bastasse, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participaria de cerimônia para marcar o embarque de mais dois mil médicos cubanos, assim como para assinar acordos para transferência de tecnologia em medicamentos.

 

Governo anuncia corte de trinta bilhões de reais.

 
       Mais uma promessa do Governo Dilma Rousseff, que busca acalmar o mercado, e mostrar um compromisso fiscal com a contenção orçamentária até o presente não corroborado pelo comportamento da Administração.

       Para passar a mensagem que a área econômica está comprometida com política fiscal mais austera, a equipe governamental trabalharia com a hipótese de um corte de trinta bilhões no orçamento da União.

       Dado o comportamento pregresso da Fazenda (notadamente a contabilidade fiscal inventiva, e a compulsão nos dispêndios, máxime os gastos correntes e o assistencialismo desvairado)  acredite quem quiser. O panorama tende a ficar ainda mais enevoado se pensarmos que Dilma adentra um ano eleitoral, período em que esse tipo de contenção não é muito usual.

 

Balança Comercial com déficit !

       

        Não importa que a balança comercial seja o esteio de nossas contas com o exterior. É dela em geral que as contas do Brasil dependem em grande parte para fugir do vermelho no fim do ano.

       Não obstante, ao que consta, as coisas não se apresentam bem já neste mês de janeiro.  A poucos dias do fechamento do mês,  a balança de mercadorias registra um déficit acumulado de US$ 3,651 bilhões, nas quatro primeiras semanas de janeiro. Há uma diferença entre as importações (US$ 15,900 bilhões) e as exportações (US$ 12,249 bilhões).

       O mau desempenho nas vendas para o exterior se deve sobretudo à crise argentina, com a queda resultante nas exportações de material de transporte.

       Uma das causas dos problemas do Mercosul está na situação da economia portenha, no governo peronista de Cristina, viúva de Kirchner. Da crise crônica – que determinava o contingenciamento larvar das exportações brasileiras para aquele país – se passa para a crise aguda, com os problemas nas reservas da economia argentina, que sofre um descontrole mais grave após tantos anos de gastança e de mau gerenciamento.

 

(Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo)

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