terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Notícias direto do Front

                               

Senado confirma Janet Yellen

 
      O Senado americano confirmou a indicação de Janet Yellen para presidente do Federal Reserve Bank, por 56 votos contra 26. É a primeira mulher a presidir a instituição, que tem cem anos de história. A senhora Yellen ocupava, no mandato de Ben Bernanke, a vice-presidência do Federal Reserve.
      Por outro lado, interrompe uma série de republicanos indicados por presidentes anteriores, desde que  Jimmy Carter submetera ao Senado, em 1979, a candidatura do democrata Paul Volcker para presidente do Fed.

 

Velha história se repete

 

     O rei Juan Carlos malbaratou a alta popularidade dos primeiros anos de reinado – quando foi defensor da democracia em várias tentativas de golpe, valendo-se do próprio conhecimento de companheiros de farda nos tempos de seu aprendizado sob o general Franco – com um comportamento pouco condizente a um monarca em termos de respeito à sua esposa e rainha Sofia. Por outro lado, a famosa caçada no Botswana para matar elefantes em nada condizia  com a sua condição de presidente honorário da fundação ambientalista WW de Espanha, e por isso foi dela destituído.
     Além das aventuras extraconjugais com grande amiga da nobreza alemã, o escândalo de corrupção envolvendo a filha Cristina, já indiciada, e o marido Iñaki Urdangarin,  chocaram sobretudo aos súditos as altas despesas reais por conta do Erário, malgrado a crise enfrentada pela Espanha, com brutal recessão e larga faixa de desempregados, máxime entre os mais jovens.

      A antiga popularidade se evaporou, e na última pesquisa de opinião, publicada por El Mundo, 62% são favoráveis à sua abdicação.  Se no ano anterior, se ainda não havia maioria pela renúncia (44,7%), a população já estava praticamente cindida ao meio. Agora, acercando-se dos dois terços, a impopularidade real, como uma bola de neve, pode atingir a coeficiente que afete não só o respectivo reinado, mas também a duração da monarquia como instituição. A esse respeito, por primeira vez, menos de 50% dos entrevistados apóia a monarquia como instituição.
      Por ora, o herdeiro da coroa, Felipe de Bourbon, tem avaliação bastante positiva, com 66% dos entrevistados que, na sua maioria, acreditam que o primogênito real dispõe de condições para recuperar o antigo prestígio da monarquia.

      No século passado, o avô de Juan Carlos, Alfonso XIII, foi forçado a abdicar no princípio dos anos trinta pelo resultado de um pleito que deixara patente a falta de sustentação da monarquia. Depois da efêmera República, interveio a guerra civil espanhola, com o triunfo das forças do General Franco, e a longa ditadura do condestável, que devera, em boa parte, a respectiva assunção do poder absoluto à ajuda  de Hitler e Mussolini.
          Por enquanto, Juan Carlos está em queda livre.  Não obstante, sequer acena com a possibilidade da renúncia (no discurso anual, às vésperas do Natal, reiterou que não cogita disso).

          El-Rei acaba de completar 76 anos, e de reinado, 38 anos. A sua atuação nos primeiros anos muito contribuíra para a consolidação da democracia espanhola, e, desse modo, dissipara as previsões iniciais – que o alcunhavam de Juanito el breve.  Com o passar do tempo, todavia, ele parece haver rompido, por repetidos erros, a confiança antes votada pelo povo. A própria foto, com a família real postada, enquanto batem continência o Rei e o príncipe de Astúrias – mostra também a meio afastada e taciturna rainha Sofia. Ao invés das sorridentes companhias de antes, eles não semelham olhar para o futuro. O presente, com suas agourentas imagens, os envolve em incômodo abraço.

 

(Fontes: New York Times; O Globo)  

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