Senado confirma Janet Yellen
O Senado americano
confirmou a indicação de Janet Yellen para presidente do Federal Reserve Bank, por 56 votos contra 26. É a
primeira mulher a presidir a instituição, que tem cem anos de história. A
senhora Yellen ocupava, no mandato de Ben Bernanke, a vice-presidência do
Federal Reserve.
Por outro lado,
interrompe uma série de republicanos indicados por presidentes anteriores,
desde que Jimmy Carter submetera ao Senado, em 1979, a candidatura do
democrata Paul Volcker para
presidente do Fed.
Velha história se repete
O rei Juan
Carlos malbaratou a alta popularidade dos primeiros anos de reinado –
quando foi defensor da democracia em várias tentativas de golpe, valendo-se do
próprio conhecimento de companheiros de farda nos tempos de seu aprendizado sob
o general Franco – com um comportamento pouco condizente a um monarca em termos
de respeito à sua esposa e rainha Sofia. Por outro lado, a famosa caçada no
Botswana para matar elefantes em nada condizia com a sua condição de presidente honorário da
fundação ambientalista WW de Espanha, e por isso foi dela destituído.
Além das
aventuras extraconjugais com grande amiga da nobreza alemã, o escândalo de
corrupção envolvendo a filha Cristina, já indiciada, e o marido Iñaki Urdangarin,
chocaram sobretudo aos súditos as altas
despesas reais por conta do Erário, malgrado a crise enfrentada pela Espanha,
com brutal recessão e larga faixa de desempregados, máxime entre os mais
jovens.
A antiga
popularidade se evaporou, e na última pesquisa de opinião, publicada por El
Mundo, 62% são favoráveis à sua
abdicação. Se no ano anterior, se ainda
não havia maioria pela renúncia (44,7%), a população já estava
praticamente cindida ao meio. Agora, acercando-se dos dois terços, a impopularidade
real, como uma bola de neve, pode atingir a coeficiente que afete não só o
respectivo reinado, mas também a duração da monarquia como instituição. A esse
respeito, por primeira vez, menos de 50% dos entrevistados apóia a monarquia
como instituição.
Por ora, o
herdeiro da coroa, Felipe de Bourbon,
tem avaliação bastante positiva, com 66% dos entrevistados que, na sua maioria,
acreditam que o primogênito real dispõe de condições para recuperar o antigo prestígio
da monarquia.
No século
passado, o avô de Juan Carlos, Alfonso
XIII, foi forçado a abdicar no princípio dos anos trinta pelo resultado de
um pleito que deixara patente a falta de sustentação da monarquia. Depois da
efêmera República, interveio a guerra civil espanhola, com o triunfo das forças
do General Franco, e a longa ditadura do condestável, que devera, em boa parte,
a respectiva assunção do poder absoluto à ajuda
de Hitler e Mussolini.
Por
enquanto, Juan Carlos está em queda livre.
Não obstante, sequer acena com a possibilidade da renúncia (no discurso
anual, às vésperas do Natal, reiterou que não cogita disso).
El-Rei acaba de completar 76 anos, e de
reinado, 38 anos. A sua atuação nos primeiros anos muito contribuíra para a
consolidação da democracia espanhola, e, desse modo, dissipara as previsões
iniciais – que o alcunhavam de Juanito el
breve. Com o passar do tempo,
todavia, ele parece haver rompido, por repetidos erros, a confiança antes
votada pelo povo. A própria foto, com a família real postada, enquanto batem
continência o Rei e o príncipe de Astúrias – mostra também a meio afastada e taciturna
rainha Sofia. Ao invés das
sorridentes companhias de antes, eles não semelham olhar para o futuro. O
presente, com suas agourentas imagens, os envolve em incômodo abraço.
(Fontes: New York Times; O Globo)
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