quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Transporte Coletivo - Condições Humanas !

                      

          Não tanto às escuras, mas se prepara o anúncio para o próximo aumento das passagens dos ônibus. O movimento do Passe Livre em São Paulo e a sua difusão no Rio de Janeiro e por esses Brasis afora aconselhou  os senhores Prefeitos – e Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, e Fernando Haddad, em São Paulo – a terem juízo e determinarem às empresas de transporte coletivo que mantivessem inalterado o preço das passagens.

           Toda a opinião pública contemplou os amuos, as caras feias de Paes e Haddad, muito contrafeitos de não terem aplicado o acréscimo no preço do bilhete. Na verdade, em especial Haddad, chegou a dizer – no que parecia porta-voz dos donos de ônibus – que não concordaria com isso, que o aumento era indispensável, etc. e tal.  Se tivesse mais experiência – a sua condição de ‘poste’ de Lula da Silva lhe fornece um álibi – teria sido melhor guardar o silêncio.

           O movimento do Passe-Livre merecia mais atenção e respeito. E não deu outra. Os aumentos indispensáveis para os coitadinhos do consórcio dos transportes tiveram de ser engolidos a seco.  Diante da reação do povo, das ruas e das praças, essa turma enfiou a viola no saco, e esperou por melhor oportunidade.

          Que neste ano da graça de Nosso Senhor  veio rápida e, na aparência, avassaladora. Pobres senhores donos de ônibus ! Esperar dois anos para um aumento, em dias da inflação que dona Dilma nos trouxe, para eles é dose !

          Entrou em cena a habitual comédia. O que mais espanta, no entanto, é que, depois da desmoralização de ter de acatar, por imposição do povão, o congelamento das tarifas de um serviço que deixa muito a desejar em termos de respeito ao usuário,  a Prefeitura do Senhor Eduardo Paes apressou-se em aprovar o aumento. Assinou em baixo, sem sequer um comentário ou um pedido de maiores informações sobre as justificativas do reajuste pelo consórcio dos ônibus.

         O  Tribunal de Contas do Município teve comportamento um pouquinho melhor, porque estudou as planilhas, fez comentários, se bem que, ao fim de contas, ficasse tudo na mesma.

         A postura passiva da Prefeitura Eduardo Paes é o que mais choca a opinião pública do Rio de Janeiro. Posto que não deva, o prefeito parece estar do lado não deste povo sofrido que tem de enfrentar um dos mais deficientes (e perigosos) sistemas de transporte coletivo.

          A esse respeito, levando na devida consideração, o clima do Rio de Janeiro – e as características dos ônibus (desconfortáveis, muitos deles em más condições de conservação) – é chocante que o Senhor Eduardo Paes e os funcionários da prefeitura não tenham julgado oportuno realizar uma reparação ao carioca que se deve desde muito.

         Qualquer pessoa sabe do clima do Rio de Janeiro. Estamos em verdadeira caldeira que por semanas a fio tem mantido – para nosso desconforto – a mais alta temperatura em todo o Brasil. Somos mais quentes que Teresina, Manaus, Belém e o que vier pela frente. Qualquer telespectador poderá verificar:  o termômetro anda por volta dos trinta e muitos, com sensação de quarenta !

          Ora, falar de mais um aumento de ônibus, e nenhuma palavra sobre instalar nessas carrosserias desconfortáveis e inseguras uma melhoria que faça a viagem menos difícil e um pouco mais suportável ? Ar condicionado não é luxo no Rio de Janeiro, Senhor Prefeito e senhores concessionários do serviço de transporte público.

          Senhor Eduardo Paes,  pergunto-me por que terá esquecido de sugerir ao consórcio a necessidade impostergável de humanizar o transporte público na cidade do Rio de Janeiro.  Se almejam o aumento, se querem encher as suas bolsas,  é mais do que tempo de trazer não digo a modernidade – porque a climatização  é algo que deveria ser corriqueiro – mas um toque de humanidade para com os usuários de um serviço que deixa tanto a desejar.

          Ar condicionado já! e em toda a frota, sem as habituais tentativas de escamoteação.

          Senhor Prefeito Eduardo Paes – o seu comportamento me faz inferir que as respectivas ambições políticas não param em dois mandatos de prefeito desta Cidade.  Que tal trazer algo de pró-ativo e humano para o seu curriculo e impor aos concessionários do transporte coletivo a obrigação de instalar ar condicionado em todos os veículos ?

           

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