A Presidente Dilma Rousseff, comparecendo ao
Forum Econômico Mundial, em Davos (Suiça) cumpriu não apenas mera formalidade.
Indo a local relacionado com enfoque econômico-financeiro diverso daquele que é
atribuído à própria cartilha, Dilma mostra realismo e abertura ao diálogo.
Na avaliação
de O Globo, o discurso de Dilma
pareceria mais próximo do de Fernando Henrique Cardoso, ao fim da década de
noventa, do que com o de seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. As
semelhanças com o tucano se deveriam ao respectivo momento: tanto Dilma quanto
FHC falam em ano de reeleição, enquanto Lula, facilitado pelo início de
mandato, buscava moldar a imagem de líder com ambições mundiais.
Como todo
orador a fazer discurso pro domo sua,
Dilma está balizada por previsíveis limitações.
Deixou boa impressão, e tendo presentes as prevenções do local, esse
resultado positivo lhe deve ser reconhecido.
Daí os
pareceres dos figurões do setor privado da economia brasileira, com um viés
claramente favorável. Nesse quadro, se computam os polegares erguidos de muitos
pesos pesados da economia, como Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Ricardo
Villela Marino, do Itaú, e Frederico Curado, da Embraer.
Dentre as
avaliações mais longas, pragmatismo vence
ideologia, de Carlos Langoni (FGV), Compromisso com
estabilidade, de Luiz Carlos Prado (UFRJ) e Estratégia Correta e ênfase em ganhos,
de Antônio
Corrêa de Lacerda (PUC-SP) refletem o lado positivo nas apreciações,
que foi o predominante.
A nota
discrepante foi dada por Alexandre Schwartsman, economista e
colunista da Folha de S. Paulo, que já foi diretor do Banco Central: “Foi uma
mensagem para alguém que olhasse para o Brasil pela primeira vez. (...) Dizer
que tiraram milhões da pobreza, que o desemprego está baixo, todo mundo já sabe,
mas a economia não cresce, a inflação está alta e não há controle de despesas
correntes.”
Em seu
comentário, Miriam Leitão, colunista
de O Globo, frisa os pontos fracos e
fortes do discurso (as reservas cambiais
do Brasil em US$ 375 bilhões). A democracia brasileira, no contexto dos BRICS, é uma vantagem clara, que, pelas
circunstâncias, prescinde de ulteriores comparações. Quanto à dívida bruta, um
dado que preocupa e muito os analistas, Dilma fez um discreto jogo. Na verdade,
ela recebeu a dívida em 53,35% do PIB e a fez subir para 59,9%. Agora, se acha em 58,4% do PIB.
(Fonte: O Globo)
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