domingo, 19 de janeiro de 2014

Colcha de Retalhos B 3

                            

Carros roubados no estado de São Paulo

 
       Não diz bem da segurança pública no estado de São Paulo o número de veículos roubados (quando há ameaça ou uso de violência contra o proprietário) no mês de novembro de 2013: 9.023 veículos roubados. Foi recorde do número registrado nos últimos doze anos.

       O cenário ainda ficou mais sombrio se cotejarmos com o total de furtos de veículos (quando não há ameaça de violência) no mesmo mês de novembro: 9.905 veículos furtados.
      Outra característica preocupante é o incremento relativo dos roubos de veículos, em relação aos furtos. Assim, em janeiro de 2008, de cada três veículos caídos em mãos dos criminosos no Estado, apenas um deles foi por roubo.  Nos anos sucessivos, se tem verificado que a curva dos roubos tem crescido bastante, enquanto é menor a alça dos furtos. Dessa maneira, nesse período de janeiro/08 a novembro/13,  a progressão das curvas respectivas foi de 25,9% (furtos) contra 99,4% (roubos).

 
Novas maneiras?

 
        Os rolezinhos  são caracterizados por muitos como movimentos da periferia que deseja participar de ambientes como shoppings, apesar de não ter condições financeiras de comprar ou servir-se de o que ali está à venda.  Sob o título Rolezão Mônica Bergamo em sua coluna na Folha nos informa de o que ocorreu com a artista plástica Maria Bonomi e a galerista Maria Helena Peres.
        Jantavam em mesa de restaurante no shopping JK Iguatemi, em São Paulo, quando pediram aos rapazes da mesa ao lado que fizessem menos barulho. A reação as terá surpreendido, mas na sua grosseira violência – e não só verbal – reflete um novo padrão de comportamento caracterizado pelo seu viés anti-social. Aos berros, mal-educados, mas com dinheiro para pagar a conta, eles foram muito além de atitude que se paute pelo respeito aos idosos, e às senhoras.

        Um deles respondeu com palavrões e, em seguida, virou garrafa de cerveja sobre a artista e um copo de sagu sobre a galerista.

 
Discretamente

 
         Na mesma coluna, Monica Bergamo noticia a visita, sem alarde, da Ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos)  à mãe da menina Ana Clara Sousa, vítima fatal de criminoso incêndio de ônibus em São Luís (MA). Juliane Santos, de 22 anos, está internada na capital da República com 40% do corpo queimado.

       É muito provável que a referida visita tenha tido como fonte o gabinete da Ministra dos Direitos Humanos. É notório que a Governadora do Estado do Maranhão vetou a vinda da Ministra a São Luís, e dadas as estreitas ligações atuais entre Dilma Rousseff e Lula da Silva de um lado, e o Vice-Rei do Norte, José Sarney, semelha impensável que o governo do PT vá afrontar a temperamental Governadora Roseana Sarney. Muito menos ainda a questão dos direitos humanos (V. Presídio de Pedrinhas) vai atrapalhar as ótimas e estreitas relações de Dilma-Lula com Sarney, e assim ameaçar que o Vice-Rei do Norte não repita a magnífica votação do Estado campeão da Bolsa Família, como ocorreu no segundo turno em 2010, com o comovente e esmagador apoio a Dilma Rousseff no segundo turno, então contra José Serra.

 
O Presidente Obama e o controle da N.S.A.

 
     Em recente blogV. Revista da Semana de 11 do corrente ‘Snowden e a necessidade de controlar a NSA’ – já me ocupara do Senador democrata Ron Wyden, do Comitê de Inteligência do Senado, e da própria posição do presidente Obama na matéria.

     Depois de inúmeras consultas, Barack Obama pronunciou discurso sobre a reforma na vigilância realizada pela Agência de Segurança Nacional (NSA). Se as modificações anunciadas por Obama podem ser consideradas positivas, ela não têm a abrangência que desejaria a ala mais liberal do Partido Democrata, representada no Comitê de Inteligência do Senado por Ron Wyden, senador pelo Oregon.

     Disse o Presidente que não haverá mais espionagem de Chefes de Estado e de Governo “de nossos amigos próximos e aliados”, a menos que haja “forte razão de segurança nacional”.
      De acordo com a praxe diplomática, Obama evitou relacionar quais são os amigos próximos e aliados. O presidente afirmou, no entanto, que os Estados Unidos continuarão a coletar inteligência ao redor do mundo “do mesmo jeito que outros países fazem”.

      Quanto à espionagem maciça de cidadãos comuns nos Estados Unidos, a orientação seria de que o governo deve ser mais razoável na coleta de informações. A corte secreta instituída por lei de 1978, de iniciativa sobretudo dos Senadores Church e Teddy Kennedy  – a FISC, ou FISA, como é mais conhecida – Tribunal de Inteligência e Vigilância Externa – continuará a atuar, mas reverá os critérios da NSA, para que a privacidade do cidadão seja respeitada. O Governo continuará a coletar, guardar dados e a usá-los, pedindo no que couber permissão à Corte.  Se a FISA é sigilosa, e seus critérios são secretos e do conhecimento do Governo, Obama prometeu revelar oportunamente as decisões, assim como criar um painel de advogados independentes para auxiliar a Corte. Como assinala Joaquim Falcão, existe ‘avanço e cortesia. Mas sem ampla transparência.’

 
Amores extra-conjugais

     
         Que para os chefes de Estado na França, os amores fora do matrimônio não sejam novidade, bastaria um olhar quase displicente através dos séculos, e da realeza à república, para verifica-lo.

         Basta lembrar a série de favoritas de Luís XV, no século XVIII, com a menção de Madame Marquesa de Pompadour (1721-1764), que o ajudava no governo, nem sempre com felicidade, e a condessa du Barry (1743-1793) que, com menos luzes, sobreviveu ao Rei e também à monarquia, terminando na guilhotina.

        Nesse contexto, o infeliz Luis XVI seria a exceção que confirma a regra. Não teve favorita conhecida, e alguém há de perguntar quem carece de amante se tem por esposa Maria Antonieta ?
        Em tempos mais modernos, François Mitterrand, com casamento de fachada, tinha uma filha fora do matrimônio.

        Desse modo, o caso de François Hollande – que por motivos próprios foge do vínculo matrimonial  (V. Segolène Royale e, atualmente, Valérie Trierweiler – que pelo temperamento foi alcunhada Rottweiler) – não há de parecer questão delicada, a interferir com a sua popularidade (que, de resto, no momento é bastante baixa).

       A atriz Julie Gayet teria secreto relacionamento com o presidente desde 2011. Aparentemente, por causa do escândalo, a Trierweiler foi parar no hospital. François Hollande se encontrava com a bela Julie usando moto e capacete, com a companhia de um solitário segurança.  O apê seria próximo do Palácio do Eliseu.

 
O desemprego aumenta com nova pesquisa    

        Amplia-se a pesquisa do desemprego no país. A base dos cálculos disporá dos dados de 3.500 municípios, e mostra que a taxa foi de 7,4% no segundo trimestre de 2013.
        Pela presente metodologia – em que são analisadas apenas seis regiões metropolitanas – o desemprego foi  de 5,9% no mesmo período.

       A nova metodologia, por ser mais abrangente,  passará a ser única utilizada em 2014. 

 

(Fontes: O Globo, New York Times, Folha de S. Paulo)

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