Guerra psicológica
Há talvez duas explicações básicas para o
súbito maniqueísmo da acusação de guerra psicológica, brandida pela Presidenta
na sua alocução, supostamente ao ensejo do Novo Ano, e na realidade como salva
inicial na campanha eleitoral.
As críticas
dos economistas se centraram sobre as razões da falta de confiança do
empresariado. Nesse contexto, Alexandre
Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, afirmar que o governo mostra
resistência em perceber que é o causador da falta de confiança por parte dos
empresários, fruto, segundo ele, da piora do desempenho fiscal, da manutenção
da inflação em patamar alto e das frequentes mudanças de regras. E, a tal
respeito, sintetiza: “se há guerra psicológica, foi o governo quem a começou”.
A explicação
me parece convincente, mas carece não de
retoques, mas de adições que insiram no quadro o crescente parentesco do lulo-petismo com o chavismo, esse suposto avatar do neo-populismo em que o espírito de confrontação com a realidade
econômico-financeira se reflete em várias gradações de deturpação intelectual.
Talvez Dilma Rousseff não veja qualquer
parentesco com a boçalidade do neo-chavismo de Nicolàs Maduro, mas na verdade a genérica acusação de guerra
psicológica coloca as visões respectivas dos dois governos no mesmo campo, se
afastarmos a cortina de fumaça da pobreza conceitual do limitado caminhoneiro,
que transforma a alta inflação e o desabastecimento em caso de polícia.
Culpabilizar
o adversário é tática mais velha do que a Sé de Braga. Lembra a resposta do
afogado, que no desespero tenta arrastar para as funduras seu prospectivo salvador.
De resto,
basta olhar à volta – Argentina e Venezuela são bons exemplos – para indicar
que o caminho das pedras não é por aí...
Não se vá
esperar de candidato de oposição que elogie o governo. Embora não tenha
procuração da Presidenta para defende-la, parece-me, no entanto, que o senador Aécio Neves escolheu mal no
caminho das censuras, ao acusar Dilma Rousseff de silêncio sobre a tragédia do
Espírito Santo.
O que parece
óbvio é que Dilma gravou a alocução de Ano Novo antes de partir de férias para
a Bahia. Não poderia, assim, referir-se a uma situação que só se agravaria nos
dias sucessivos.
O juiz
Alexandre Teixeira de Souza, da 4ª Vara Cível de Petrópolis declarou nulo, por
sentença, o processo de tombamento do Instituto
Estadual do Patrimônio Cultural (Inecpac) de 1991. A decisão judicial põe em risco
centenas de imóveis históricos na cidade imperial.
Dentre os
imóveis tombados pelo Inepac estão prédios importantes como a Agência Central dos Correios e Telégrafos, o Colégio Dom Pedro
II, o antigo Cine Petrópolis (na rua do Imperador) e o Teatro Municipal Dom
Pedro, na Praça dos Expedicionários.
A sentença
foi baixada no dia dezesseis de dezembro, em favor da proprietária de imóvel na
rua Coronel Veiga 424, que está incluído no conjunto protegido pelo Inepac.
A propósito,
merece transcrição a declaração da
representante da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMA), Myriam
Born:
“É uma irresponsabilidade
do Judiciário. Um juiz não pode abrir um precedente como este em uma cidade
como Petrópolis, onde há um enorme assédio da especulação imobiliária. Não
conheço o imóvel alvo da ação, mas esta decisão pode trazer consequências muito
graves para a cidade. A sociedade que sempre lutou contra a ferocidade da
especulação está apavorada, porque essa decisão deixa Petrópolis indefesa. Ela
é uma afronta a todos nós que lutamos há anos pela preservação do patrimônio.
Ela é o decreto do fim da cidade, que já sofre com a falta de fiscalização nos
imóveis tombados.”
Os atentados de
Volgogrado ( a antiga Stalingrado – o de domingo, 29, com a explosão em estação ferroviária e
dezessete mortos; e o de segunda, trinta, e a explosão de ônibus, e catorze
mortos) não provocaram uma pronta reação do Presidente Vladimir Putin, o que só
fez mais tarde.
As nuvens
sobre os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi persistem. Há muitas razões que
militam contra a oportunidade de realizá-los nessa localidade ao sul da Rússia,
próxima do Mar Negro e da Georgia. Entre essas, fatores meteorológicos que não
a tornam o sítio ideal para esportes invernais.
Tais motivos
ora se afiguram menos importantes, do que a insurreição na Tchetchênia, com a
ameaça que o desespero dos atentados suicidas venha a representar.
Ora Putin vem
afinal assinalar todo o empenho do Estado russo em estabelecer o rigor securitário.
Sem embargo, a segurança dos atletas e do público continua em jogo, dada a
proximidade do enclave terrorista que continua a existir no Norte do Cáucaso, a
despeito dos bilhões de dólares gastos para erradica-lo (como assinala Leonid
Bershidsky, do Moscow Times).
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