segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Notícias em direto do Front

                                  

Acordo com o Irã

 
      Foi concluído, ontem, doze de janeiro, acordo entre o Irã e as grandes potências mundiais. Terá a duração de seis meses e entrará em vigor no próximo dia vinte.

      O Irã se compromete a limitar o grau de enriquecimento do urânio ao teto de 5% (que é o nível para uso medicinal  e produção de energia).  O estoque mantido pela República Islâmica do Irã, com o grau de 20% deverá ser neutralizado, eis que é suscetível de utilização na produção de arsenal nuclear.
      Por sua vez, os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China se comprometem a não adotar nenhuma nova punição e a suspender algumas sanções ao comércio iraniano. Por sua vez, o Irã terá acesso a US$ 4,2 bilhões que estão bloqueados, em função das sanções anteriores, e que são rendimentos advindos da venda de petróleo.

      A posição moderada do governo do novo presidente Hassan Rowhani possibilitou ao Irã concessões antes impensáveis de parte das potências ocidentais. O Ocidente afinal concordou em não forçar mudanças no apoio a Bashar al-Assad de parte de Teerã.

      Há um corredor aéreo – através do Iraque hoje xiita graças à intervenção americana de George W. Bush... – que, embora assaz dispendioso para o Irã, tem sido mantido, pela convicção dos ayatollahs da importância estratégica de manter Assad em Damasco.
      Nesse contexto, o Hezbollah foi convencido a tornar-se aliado do regime alauíta, e o Irã tem mandado armas, assessores técnicos etc. para a Síria de Assad. Dado o seu caráter xiita, não surpreende que o Hezbollah venha participando da guerra civil na Síria.  Se Assad fosse derrubado – hipótese bastante plausível há um ano atrás – o ramo sunita do islamismo se tornaria senhor da Síria, uma situação estratégica que colocaria em maus lençóis a milícia do clérigo Nasrallah.

      Desde então, pela fraqueza de Barack Obama, a consequente falta de apoio para a Frente Rebelde, e o crescimento do ramo radical sunita (aparentado a Al-Qaida) modificaram fundamente o panorama estratégico da Guerra Civil na Síria. Além de ser um desastre para a população síria, com o incremento exponencial do número de refugiados (e a desestabilização de países fronteiriços, como o Líbano e a Jordânia), o novo avatar desse conflito contribui para a estagnação dos diversos campos (Assad, Frente Rebelde, Al-Nusra) e uma preocupante situação sanitária na região.

 
Acumulação selvagem ?

 
       A Caixa Econômica Federal, a mesma que esteve na raiz da recente corrida dos beneficiários da Bolsa Família, encerrou em 2012 cerca de 500 mil contas de poupança. Segundo a Caixa, as contas apresentavam problemas cadastrais no CPF ou CNPJ. Somadas, as contas em apreço representaram receita de R$ 719 milhões no balanço da CEF. Descontados os impostos, os restantes R$ 420 milhões (6,9% do lucro da Caixa em 2012) foram incorporados ao lucro da Caixa.

       O que era poupança do depositante virou, portanto, lucro da Caixa, e depois da usual ávida bocada do Leão, o dinheiro passou a ser da Caixa !

        O Banco Central, no cumprimento de seus deveres estatutários, descobriu a operação e a duvidosa declaração de que a vultosa soma passara a constituir lucro da Caixa !

        Segundo noticiado por O Globo – no que parece comunicado do Planalto – “o governo montou uma operação emergencial para esclarecer a população sobre o episódio da incorporação do saldo de cerca de quinhentas mil contas da caderneta de poupança ao lucro da Caixa Econômica Federal em 2012.”

        Mas o mais interessante do comunicado vem a seguir : “Preocupada  com a repercussão do caso, a presidente Dilma Rousseff cobrou explicações (sic) do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.  Dilma mandou que ficasse claro que nenhum poupador seria prejudicado.”
        Algum leitor incauto pode ficar com a impressão de que o responsável pela confusão é o presidente Tombini, do Banco Central. Não parece um tanto esquisito que se cobrem explicações de uma instituição que está estritamente cumprindo o seu dever de fiscal dos bancos ?

         Em outro mundo, a estranheza da Presidenta deveria dirigir-se aos companheiros da Caixa, cuja direção resolveu transformar em lucro os depósitos de 496.776 correntistas. Consoante explicado pela Caixa, sem conseguir contactar os quase quinhentos mil correntistas da caderneta de poupança – que teriam cadastros irregulares e que não movimentavam as contas – o banco registrou o total dos depósitos – e não é pouco não, dado o montante de R$ 719 milhões - como receitas em seu balanço !

      

(Fontes: Folha de S.Paulo,  O  Globo)

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