Recrudesce a revolta na Ucrânia
Dando mais um
passo no rumo do endurecimento do regime, o dócil Congresso ucraniano aprovou lei que proíbe manifestações políticas em
Kiev. A determinação, no entanto, serviu, ao invés, para reavivar os
protestos populares, e para a opinião pública demonstrar o próprio
descontentamento com a linha de Yanukovych.
Como antes referido, o presidente
ucraniano desistiu de acordo abrangente com a União Européia para aproximar-se da Rússia. Nesse sentido, do
repúdio popular resultou na capital um megacomício com a afluência de cerca de
duzentas mil pessoas.
A imitação do approach Putin – que é um pouco mais
sofisticado ao dispor que só são admissíveis manifestações previamente
autorizadas, a par de aplicar pesadas multas pecuniárias aos líderes dos
protestos – acabou ironicamente por aumentar a participação e o empenho dos
manifestantes.
Principiando de
forma pacífica, o comício, depois de três horas, tornou-se violento, sobretudo
pela intervenção ostensiva e invasiva da polícia. No entanto, nessa fase pelo menos, os
populares não ficaram em grande desvantagem, com vinte feridos entre os
policiais, enquanto algumas dezenas de manifestantes foram levados para hospitais.
Ainda em
deslavada cópia da cartilha de repressão de gospodin[1] Putin, para
cercear as possibilidades de apoio por organizações não-governamentais, essas
se vêem obrigadas, se receberem financiamento internacional (não importa o
montante relativo) a se cadastrarem junto ao órgão governamental responsável
como “agente do estrangeiro”. É evidente a pesada, grosseira mesmo, coação
sobre a oposição, e, nesse contexto, a designação como alienígena se presta à maravilha – no entender de Yanukovych et al. – para caracterizar como impatriótica a eventual ajuda recebida.
A líder da
oposição – a quem o presidente ucraniano deixa padecer em cativeiro em lazareto
de Kharkov, em outra cópia do figurino Putin, que graças à judicialização transforma os adversários
políticos em condenados comuns – e ex-Primeira
Ministra Yulia Timoshenko frisa
para o povo ucraniano que Yanukovych instaura ‘uma nova ditadura’.
Assim a Copa do
Mundo de futebol – em que alguns dos estádios na desvairada regionalização
desejada por Lula da Silva têm a sua
finalização submetida a sucessivos adiamentos para retirar o sono dos gerarcas
da Fifa – não é o único certame em
que a desorganização paira sobre o sucesso do evento. Basta lembrar, nesse
quadro de bagunça, o atraso do novo terminal do aeroporto de Fortaleza, a que
faltam 75% para completar a obra. Parece que o remédio vai ser o ulterior
vexame, patrocinado pela Infraero, de
um pavilhão... de lona.
Na sua logorréia,
o senhor Putin também está preocupado com os efeitos deletérios do homossexualismo. Conquanto faça questão de frisar que não é
homofóbico – depois da lei anti-gay que fez aprovar pela Duma[3] – manifesta-se consternado
pelos efeitos do homossexualismo sobre a diminuição da natalidade na Federação
Russa. O seu propósito seria de extirpar essa opção sexual da Federação, no que
decerto carecerá de assistência técnica de Uganda.
É um desempenho que reflete a avaliação
positiva feita pelos doadores no que tange ao seu alegado envolvimento no
escândalo.
Genoino tem um
capital de seriedade e honestidade que foi a principal motivação para a célere
acumulação de soma não pequena, através de doações pela internet. Semelha fundado duvidar que outros de seus companheiros
de prisão disponham de igual facilidade na coleta espontânea de fundos. A
verificar, portanto.
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