Com a criatividade
verbal e figurativa do Povo brasileiro – e que se reflete não só na gíria –
surge agora o ‘rolezinho’ que é (ou apareceu como) movimento de brejeira contestação
nos centros comerciais de jovens da periferia paulistana.
Esse movimento
– que surgiu em shoppings de São
Paulo – oscila, no momento, entre uma corrente de diversão e a faixa da
ilegalidade.
Através das
redes sociais, o rolezinho pode
crescer como o fogo nos campos ressecados ao final da estação da seca. Assim, a
direção que venha a tomar é tão imprevisível quanto o fogaréu nas campinas.
Daí o nervosismo não só do Poder – a presidente
Dilma teme que os rolezinhos cresçam perto da campanha presidencial – mas também
dos empresários, que temem mais no econômico do que no político. Desse modo, os patrões neles vêem possível inflexão para o furto ou até mesmo o saque.
Por isso, não querem abaixar a guarda, e pretendem dispor de mais seguranças
nos próximos ‘rolês’.
Assim como as
passeatas de junho – que trouxeram, segundo alguns, como efeito colateral os black
blocs - absorveram as pulsões da
sociedade brasileira, e se multiplicaram, o rolezinho
é uma incógnita que pode surpreender, devorar ou até metamorfosear-se em outra realidade, sempre dentro da lógica do
imprevisível, em um povo que, embora mal de finanças, dá a impressão de estar
com a riqueza adaptativa dos momentos interessantes (no sentido chinês) que é
parente próxima da insatisfação e, portanto, vizinha da revolução.
(Fonte subsidiária: Folha de S. Paulo )
Um comentário:
Realmente os " Shoppings Center" representam o templo do consumismo onde só classes privilegiadas usufruir. Os " rolezinhos" estão testando a verdade de que, " perante a nação todos são iguais". Como conciliar a implantação das políticas sociais de inclusão social e as ações protecionistas da propriedade privada?
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