sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Israel: Gantz se reúne com líderes árabes


                        
   O general Benny Gantz,  líder do Partido Azul e Branco,  que tenta formar governo (Bibi Netanyahu - o primeiro encarregado a tentar formar gabinete após as eleições de setembro último - teve que desistir da tarefa, por não conseguir aglutinar maioria para viabilizar um ministério com condições de governar).
      Por determinação do presidente de Israel, a missão passou para Benny Gantz. Em seu esforço, para aglutinar gabinete, o general tomou atitude que é, infelizmente, rara em Israel:  reuniu-se  com quatro líderes do partido Lista Árabe Unida, com o escopo de discutir com os representantes desse partido os termos de uma aliança de governo.         Após a reunião, Gantz emitiu declaração conjunta com Ayman Odeh e Ahmad Tibi, afirmando que o encontro foi "cordial" e importante para discutir "assuntos fundamentais para a comunidade árabe de Israel" - segundo o general, muitos problemas concernem a questões civis, que são simples de resolver.
          Como Netanyahu fracassou na sua primeira tentativa de formar gabinete, se Gantz não conseguir o necessário apoio, Israel terá uma terceira eleição, em menos de doze meses.

          Dentre as dificuldades que Gantz tem pela frente está o rancor por  que vivem alguns pequenos partidos na política israelenses. Dentre esses, está o do ex-chanceler Avigdor Lieberman, que apesar de seus patéticos oito deputados,  pode infelizmente inviabilizar a formação de gabinete chefiado pelo general Gantz.  Com efeito, dentro do fragmentário quadro político israelense, com os seus oito deputados - eleitos por um público que odeia por princípio os representantes do povo árabe-palestino,  -  esses oito deputados de Lieberman, se o caráter fragmentário de muitas das representações  políticas, já seriam bastantes para inviabilizar o governo de uma força nova em Israel, em que Netanyahu ( tem três processos a enfrentar com o Procurador-Geral de Justiça) continuaria indispensável, enquanto se tolerar que partidos como o de ex-chanceler Lieberman - que está na categoria mini, com seus oito deputados, mas pelo visto o suficiente para vetar políticos novos como o general Gantz. Fazendo do ódio parte do seu programa, compreende-se como é difícil governar para todos em Israel,  se a tropa de manobra (util, embora diminuta, em um país onde o ódio alimenta a injustiça do sistema de governo em Israel, e admite que tal tipo de veto faça parte integral do sistema).  Entende-se, por isso, porquê Bibi Netanyahu possa voltar breve a presidir mais um gabinete em Israel - para garantir, na máxima célebre, que tudo continue como está...

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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