domingo, 10 de novembro de 2019

A queda de Evo Morales


                                   

       A resistência do Presidente Evo Morales foi bastante longa e há poucas dúvidas de que ele se tenha empenhado a fundo para reter o poder na Bolívia, um dos países mais pobres da América do Sul. Ele chegou mesmo a tentar permanecer na marra, no que demonstrou a habitual falta de sensibilidade política que costuma afetar em especial aos déspotas, tanto aqueles esclarecidos, como aqueles menos esclarecidos.

          O seu adversário Carlos Mesa parece ser o beneficiário da relutante renúncia de Evo Morales, que terá chegado mesmo a tentar convencer los altos Mandos de que ele continuava a ser a personalidade mais apropriada para continuar como presidente da Bolívia.
           Segundo consta, o alto comando o persuadiria, passadas todas as demonstrações da revolta popular - que mostrara durante dias a sua posição contrária àquela burla do voto do eleitorado -  e até com certa facilidade, que o seu tempo de presidente da Bolívia já terminara, e que era mais do que hora de que se conformasse com a realidade.

            Evo Morales, pela trajetória de seu governo, e pelas próprias realizações teria feito jus a uma saída do poder que lhe houvesse sido mais  condigna, dadas as suas conquistas para a população da Bolívia. Ao se deixar embair pelos logros do continuísmo, ele pôs em risco as respectivas obras e a sua contribuição para a democracia.  E tal é lamentável.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )  

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