domingo, 24 de novembro de 2019

Combate ou não-combate à Corrupção ?


                        
        O artigo da Cantanhêde em O Estado de S. Paulo "Para Frente ou para Trás?" reflete uma realidade infelizmente importante na atualidade hodierna no Brasil.
              Há uma sensação difusa  de impasse no combate à corrupção.  Nesse contexto, comparecem o julgamento  da restrição aos dados da Receita e do Coaf, a reviravolta na prisão em segunda instância, e o Pacote anticrime parado.
               Nesse contexto, o presidente do Sindifisco,  Kleber Cabral adverte, dentro e fora do país, para os graves efeitos dessa investida  não só contra a Lava Jato, mas contra todos os avanços  no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. 
                "Essa é a percepção generalizada e qualquer decisão que restrinja o trabalho da Receita e o compartilhamento de dados de órgãos de controle tem impacto inclusive no desenvolvimento. Se  o Brasil for carimbado como "não cooperativo" no combate a ilícitos, isso será um forte obstáculo aos investimentos internacionais", acentua Kleber Cabral.
                   O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) já entrou com representações em quatro órgãos internacionais para denunciar e tentar brecar os avanços contra os órgãos de controle, Receita, Polícia Federal e Unidade de Inteligência Financeira (UIF, ex COAF). E deve-se ter bem presente que tais ataques  não se limitam a apenas um Poder.
                     Nesse contexto, os desenvolvimentos em diversos poderes são bastante óbvios e claros: assim, além do julgamento do Supremo sobre a Segunda Instância e o compartilhamento de dados - um comentário: como é breve uma posição de combate e repulsa, como se verificou no STF acerca da Segunda Instância, em que fica a impressão de que a repulsa à quantidade dos recursos, e a consequente extensão da impunidade de assassinos e ladrões, mui rápido se tornou algo do passado, e não o que revoltava a Opinião Pública  para a indefinida sala de espera para assassinos e ladrões ricos.

                        Há também outros desenvolvimentos que preocupam, como no campo do racismo: a crueldade contra negros e a comunidade LGBT, o discurso das armas, a posição retrógrada sobre gênero disfarçada como defesa da família. E os casos ainda mais agressivos, como um professor universitário xingado  de "macaco" e esfaqueado na rua por ser negro, em plena semana da Consciência Negra?  E aquela do deputado federal vandalizando uma exposição contra o racismo?
                            E nesse ambiente onde vale tudo ou quase tudo, a Cantanhêde tem elogios para o Ministério da Economia de Paulo Guedes  e para o Presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia. Se eles trazem racionalidade a um ambiente onde tende a prevalecer o irracional, a economia tem enorme peso na política, e pode contribuir para dar mais força às lutas contra outros graves problemas.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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