sábado, 9 de novembro de 2019

A Libertação de Lula


                                   

       O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado ontem, sexta-feira, oito de novembro da prisão em Curitiba, em que estava desde sete de abril de 2018. Tal ocorreu um dia depois o STF, por 6 a 5, pelo voto do Ministro Dias Toffoli, atual presidente do Supremo, haver derrubado a possibilidade da execução após condenação em segunda instância. Deixando a sala especial da Superintendência da Polícia Federal às 17:42hs, depois de lá ficar 580 dias,  Lula manteve os ataques a Sérgio Moro, então juiz e hoje ministro da Justiça, à imprensa, ao M.P., o ex-presidente mirou no que chamou de "lado podre do Estado brasileiro", citando Justiça, M.P.F., a Polícia Federal e a Receita Federal - setores que, segundo o ex-presidente, agiram para criminalizar a esquerda, o PT e ele próprio.
         Condenado em três instâncias da Justiça por corrupção e lavagem de dinheiro no caso tríplex de Guarujá,  Lula permanece com os direitos políticos cassados - o que o impede de candidatar-se - mas a análise mais frequente é que sua liberdade reacende a polarização do petismo com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

          Falando por dezessete minutos, Lula disse  que "o Brasil piorou" e acusou o atual governo e Bolsonaro de mentirem.  Um ato está previsto para hoje no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. O mercado financeiro também  interpretou a soltura de Lula como um sinal de acirramento da polarização política, com possível impacto no andamento da pauta econômica do governo. O dó-lar registrou o terceiro dia consecutivo de alta (fechou em R$ 4,16) e a Bolsa fechou com queda de 1,78%.
            
             Considerado justamente uma derrota da Lava Jato, o entendimento do STF de que um condenado tem o direito de responder em liberdade até o fim de todos os recursos abriu caminho para a soltura de em torno 4.895 presos em todo o país. Entre eles, políticos sentenciados nos últimos anos. Ontem, também foram beneficiados com a liberdade dois ex-presidentes do PT e do PSDB: o ex-ministro José Dirceu e o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, respectivamente.
               Moro, o atual ministro da Justiça, defendeu ontem que o Congresso analise proposta que altere a Constituição para autorizar novamente a prisão após condenação em segunda instância.
                Varrida pelo então repúdio público à que fosse mantida a possibilidade de soltura a réus condenados em segunda instância, como era o caso entre outros de Pimenta Bueno, agora tudo volta ao statu quo ante, dentro da máxima, formulada pelo pensador do Alvorada, de que nada é seguro no subdesenvolvimento.
                  É o que estamos ora vivenciando...

( Fontes: O Estado de S. Paulo e experiência pessoal ).

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