terça-feira, 26 de novembro de 2019

Eleição no Uruguai com lances teatrais


                                   

        Antes de ontem, 25 de novembro, a vitória folgada do candidato de centro-direita à Presidência do Uruguai, Luis Lacalle Pou, sobre Daniel Martinez, representante da Frente Ampla,  que há longos anos governa o Uruguai, era tida como algo mais do que provável.

           Por outro lado, há o já famoso vídeo gravado  pelo general-reformado  Guido Manini Rios, afastado em março do comando do Exército por suspeitas de acobertamento de militares reformados que cometeram violações de direitos humanos  na última ditadura (1973-1985).

            Dois dias antes do segundo turno, o general reformado gravou o vídeo que viralizou, em que praticamente ordenava aos militares votarem em Lacalle Pou.

                    Esse vídeo propagou a sensação de que um dos principais associados políticos de Lacalle Pou estava à frente de partido militarista e autoritário, com a ameaça de que sua presença em eventual governo  de direita poderia implicar numa  volta ao passado.
                 
              Não obstante os temores suscitados por esses lances teatrais, a opinião generalizada no Uruguai  é que o centro-direita  vai voltar ao poder, mas com muito menos força de o que era esperado.
              De qualquer forma, a Banda Oriental  está dividida.  A Frente Ampla foi maioria em Montevidéu e no vizinho Departamento de Canelones.  Sem embargo, a aliança de Lacalle Pou se impôs em todo o resto do país.  Se ele for. por conseguinte, eleito, deverá governar um pais no qual sua Oposição teve o sufrágio da metade dos eleitores, estará unida e é conhecida por sua disciplina partidária.
                 Por outro lado, a aliança de centro-direita se apresentaria como verdadeira incógnita. Tudo dependerá da capacidade do Presidente de dissipar as dúvidas e os eventuais ressentimentos do passado.

( Fonte:  O Globo )

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