sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Os temores de FHC


                             
          Em carta publicada na quinta-feira, dia vinte, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso diz que o país vive momento "decisivo", com "radicalização dos sentimentos políticos" em um "pano de fundo sombrio".
           Sem citar candidatos, FHC afirma que, se um dos polos for vencedor, este "terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária" para superar a crise.
            Ainda segundo ex-presidente, a solução passa pela escolha de "uma liderança serena", com "capacidade política para pacificar e governar o país", entre os "candidatos que não apostam em soluções extremas".
             Mais tarde, talvez em um repensamento, no Twitter, escreveu que, apesar desse figurino caber em Geraldo Alckmin (PSDB), do seu partido, "não se convida para encontro dizendo 'só com este eu falo'".
             Há preocupação no centro e nos partidos que apóiam o candidato do PSDB que Alckmin não estaria apresentando o discurso necessário para se tornar competitivo. A entrada na liça de Fernando Henrique pode atender, ainda que em parte, a tais preocupações e mesmo inquietudes.
              Sem embargo, a linguagem de Alckmin terá crescido em algum diapasão, em esforço para adequar-se ao  desafio.
               Dentre os candidatos, malgrado a aparente pletora, o seu número é decerto excessivo. Há muitos que estão ali para fazer número. Se bem que haja exceções, há substancial parcela que nem com vara mágica logrará efetuar o milagre de transformar pedras em votantes.   
                Talvez uma marca do subdesenvolvimento político esteja não só na ritual apresentação de figuras que tem chance zero de eleição - e este pedaço de pano se destina a pouquíssimas figuras que se esforçam em representar o papel do faz-de-conta a cada eleição presidencial - e há outros personagens que em floreios de oportunismo logram patéticas nesgas de atenção, com fantomáticos programas que vão parar - qualquer que seja a ideologia - na conhecida lata do camarada Trotsky.

( Fonte: Folha de S. Paulo  et al.)    

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