sexta-feira, 6 de março de 2015

É a economia, gente !

                                          

       A expressão não é nova, pois pertence ao candidato Bill Clinton que desafiou o Presidente em funções George H.W. Bush (depois conhecido como o velho Bush, pois, anos mais tarde, o filho George W. Bush seria também eleito presidente). Mas o democrata Clinton estava certo, e lograria transformar Bush sênior em presidente de um só mandato. O que Clinton desejara enfatizar era o primado da economia para a solução da crise.

      No Brasil de hoje, igualmente a economia está no centro das considerações, e por isso Joaquim Levy foi chamado para tentar pôr ordem na casa.

      A fautora de toda a desordem é a Presidenta Dilma Rousseff.  Por um capricho da bolsa-família, Aécio Neves perderia a eleição por apenas 3%.

      O aparelhamento do Estado pelo PT cuidou de recompensar quem, na verdade, não o merecia. Além de faltar-lhe liderança, Dilma abusou do direito de errar em economia.

       Ligando-se a uma linha desenvolvimentista, e com fumaças de distribuição de renda e populismo desbragado, Dilma Rousseff em pouco tempo traria a inflação de volta (ela pensava que podia segurá-la apenas com a retórica, com frases como não permitirei que). Teria que dar no que deu: carestia, preços administrados, intervenções irresponsáveis, petrolão (continuação), populismo demagógico e por aí afora.

      Hoje, depois que a Petróleo Brasileiro S.A. continuou endividando-se, por força de  insana ‘política da propina’, o governo petista logrou empurrar com a barriga todos os escândalos represados, e assim passar pelas forcas caudinas das eleições do ano passado, em que, apesar de tudo, conseguiu desfazer-se de Marina Silva (vítima de uma saraivada de ‘mentiras’, a que não podia responder, seja porque o TSE não lhe deu direito de resposta, seja porque não tinha tempo suficiente na propaganda eleitoral) e, na reta final, de Aécio Neves.

      O que se chamou de estelionato eleitoral funcionaria, mas a credibilidade de D. Dilma e PT & Cia. ficaram na sola do sapato.

      Agora, chamado Joaquim Levy para pôr ordem na Fazenda (que Dilma e acólitos como Guido Mantega e seu Secretário do Tesouro, Arno Augustin haviam tornado o reino da inventiva fiscal e da reintrodução de dúbios instrumentos do passado inflacionário, como a conta movimento, a ficção fiscal, etc.), por vezes ele esquece que a responsável por quase tudo de ruim é a Presidenta. Assim, quando carrega nas expressões como ao apostrofar de “grosseiro” o recurso da desoneração fiscal tem que dar o dito por não dito. O duro é fazê-lo não porque esteja errada a crítica, mas pelo fato de que a responsável pela mixórdia é a mesma que ora preside no Palácio do Planalto...

         Diz o velho ditado, que quem planta ventos, colhe tempestades. O Governo Dilma Rousseff – que já foi rebaixado no Dilma I – corre o risco de repetir a dose das agências de avaliação de risco. Trata-se na verdade do efeito Petrobrás, irresponsavelmente maltratada com muitos ‘malfeitos’ (para empregar o dílmico linguajar, com lenço na ponta do nariz, para buscar moderar seja a roubalheira em vários ministérios, seja a gritante mediocridade – como os trinta e nove ministros do último gabinete mais uma vez demonstraram).

           O  Brasil assiste pelos erros do Dilma I mais uma crise cambial, com o dólar nas alturas (o que tem, entre outros, efeitos inflacionários) hoje batendo nos  R$ 3). Por outro lado, Miriam Leitão nos recorda que a inflação no trimestre deverá ser a pior do ano. A sovada tentativa de controlar o dragão com preços administrados está tendo os resultados esperados. Assim, se em 2013 tais preços ficaram em 1,5%, a mágica teve o desfecho previsível: vão para 13,5%. Enquanto a inflação de janeiro a março ficará em quase 4%, a dos preços administrados atingirá 9,46%, sendo que mais da metade dessa alta corresponde à energia elétrica.

           Quanto à taxa da inflação em 2014 ficará provavelmente em 7,5% (Luis Roberto Cunha) ou 8% (Alexandre de Azara).

           A descrição por Miriam Leitão da conjuntura econômica brasileira é de deixar os cabelos em pé. A saber: o país vive ambiente recessivo, inflação alta, juros subindo, dólar também (está nos R$3,04), rombo nas contas públicas, conflitos e instabilidade no Congresso, crise na nossa maior empresa (e a possibilidade de levar, em Wall Streetl a nota da economia para o grau especulativo), um mega-escândalo sendo investigado que pega importantes lideranças políticas, e a dita base governamental rebelada contra a Presidenta.

            E a colunista de O Globo tira conclusão lapidar: “todos os brasileiros podem reclamar da conta de luz, da alta da inflação, da desordem nas contas públicas, exceto a presidente da República, já que a confusão foi em grande parte contratada por ela.”

           E para os economistas, os prognósticos são agridoces: a economia terá que piorar  antes de melhorar.

 

 

 

( Fontes:   O  Globo, Coluna de Miriam Leitão,  Folha de S. Paulo, site de O Globo )

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