segunda-feira, 30 de junho de 2014

Correio da Copa (XV)


                                        

           O México e a Grécia foram eliminados nas oitavas de final.  A equipe mexicana esteve próxima de classificar-se, mas a excessiva prudência do técnico a prejudicou. Depois de lograr a vantagem, preferiu montar um esquema defensivo contra a Holanda, ao invés da orientação ofensiva que até então fizera prevalecer no campo a equipe asteca.

           Com o retrospecto holandês, privilegiar a retranca não foi uma boa solução. Robben, apesar de apagado no primeiro tempo, brilhou no segundo, contribuindo com escanteio que a zaga mexicana deixou passar,  para o empate salvador aos 43 do segundo tempo, em chute de Sneijder. E ainda nesses minutos finais,  Rafa Márquez derrubou Robben na área, o juiz marcou o penalty (ao contrário de Mr Webb com Hulk na área do Chile) e Huntelaar converteu.

           Eis o time laranja de volta à quartas de final  . E o goleiro-fantasma Ochoa se viu redimensionado. Voltou a ser um mortal, como os demais.

           A vice-campeã mundial enfrentará a Costa Rica. Carimbada de zebra pela imprensa, a Costa Rica depois de fazer o gol contra a fraca Grécia, optou pela dúbia tática da cera. Errou ao invés de privilegiar o jogo e a técnica, que a tinham feito prevalecer no grupo da morte (três campeões mundiais!), e assim acabou perdendo um jogador e cedendo o empate nos minutos finais do tempo regulamentar.

            Entrou em verdadeiro inferno astral na prorrogação, em que lutou contra a exaustão dos respectivos jogadores, em um cenário subitamente adverso, dada a inferioridade numérica.

            Salvou-a não o Rum Creosotado, mas a limitação técnica dos jogadores gregos. Assim, ao entrar na loteria dos penaltys mostrou determinação, convertendo  todos os cinco, enquanto a Grécia perdeu a quarta cobrança.  De resto, a maneira segura com que os costarricences converteram os gols contrastou deveras com a incompetência mais uma vez dos cobradores de uma grande equipe – que hoje se empenha na conquista do hexacampeonato mundial.  É um escândalo que continuemos a perder pênaltis infantilmente. A seguir desse modo, em um torneio tão disputado quanto o presente, desperdiçamos uma grande vantagem potencial. Apesar de Júlio Cesar haver defendido dois e visto outro chute bater na trave, tivemos de esgotar as cinco cobranças na partida com o Chile, porque a fraqueza de alguns dos cobradores forçou que a disputa fosse até cinco penalidades.

               Ontem a Costa Rica não estava em dia muito feliz.  Mas devemos ter cuidado ao designá-la de forma pejorativa. Até quando a imprensa vai continuar a carimbá-la de zebra ?  Já deixou para trás três campeões mundiais ... Não seria mais inteligente e apropriado que essa simpática equipe da América Central fosse tratada com mais respeito ?

 

(Fontes:  O Globo,  Rede Globo)  

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