quarta-feira, 5 de junho de 2013

Notícias do Front

                                                
Queda de Qusair

         O governo de Bashar al-Assad reivindica a tomada da cidade de Qusair, próxima da fronteira com o Líbano, e de tática importância no acesso a Damasco.
          A batalha pelo controle militar dessa cidade se desenvolvia nas últimas semanas, com a participação do exército de Assad, sua força aérea, e contingentes da milícia do Hezbollah.
           Antes sob domínio da Liga Rebelde (por mais de ano), a sua reconquista pelo regime alauíta vem sublinhar  mudança na evolução da guerra civil síria. Bem armado pelos seus fiéis aliados – notadamente a Federação Russa, mas também o Irã (de que o ingresso pleno do Hezbollah, uma milícia libanesa, é sinalização importante, quanto ao perigo da regionalização do conflito) – a aparente reversão no avanço da guerra (antes quem perdia território era a ditadura de Assad) pode indicar eventual reversão nas expectativas.
           A chamada conferência de paz, anunciada para este mês em Genebra, se inicia  em ambíguo cenário, dado o manifesto apoio de Moscou (V. mísseis S-300) a Bashar, os contínuos reforços dados por seus aliados (Rússia e Irã) e a falta de igual determinação, no que tange aos rebeldes, de parte do Ocidente, da Arábia Saudita e do Qatar.
          Resta saber em que terreno se fincarão os aportes de mais esta conferência de paz: se no setor reservado aos êxitos, ou naquele dos malogros ?

 
A  Mata  Atlântica
 
          A negligência do poder nos Estados terá contribuído em grande parte para a perda pelo Brasil da extensão de 23 mil hectares entre 2011 e 2012 de sua Mata Atlântica.  Desde 2008, é a maior devastação. Os estados ‘campeões’ nessa triste disputa são Minas Gerais (10.752 hectares !), seguidos da Bahia, com 4.516 há, Piauí (2.658 ha), Paraná  (2.011 ha), Sergipe  (839 ha), Santa Catarina (499 ha) e São Paulo (190 ha).
          É de sublinhar-se o fato contristador e inquietante que, pelo quarto ano consecutivo,  Minas Gerais foi o estado que mais desflorestou. No ano passado, chegou a cortar-se 70% a mais do que no ano anterior.  Consoante referiu Marcia Hirota, coordenadora do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, tais áreas estão sendo destruídas e transformadas em carvão para abastecer siderúrgicas. Como assinala Hirota, “metade do desflorestamento aconteceu em Minas Gerais, onde a supressão continua de forma devastadora.”
         Nesse contexto, é importante ter-se presente que a luta pela preservação da Mata Atlântica não é uma campanha romântica, que se bateria tão só pela pristina beleza das florestas e matas dessa região.  Nas palavras de Marcia Hirota, “a floresta protege a nascentes dos rios e todo o fluxo hídrico. A mata ciliar é extremamente importante para ter água em quantidade e qualidade suficientes para o nosso consumo. Se a floresta for destruída, a água pode desaparecer.  Estamos comprometendo um recurso vital para a nossa sobrevivência.”
         Neste quadro tão pouco animador, a situação nas Minas Gerais é a que mais inquieta pela militante estupidez em queimar as matas para transformá-las em carvão vegetal de forma a alimentar ruinosos e obsoletos fornos siderúrgicos.
         O governador do Estado das Minas Gerais, Antônio Anastasia, e o Senador Aécio Neves, que pretende sair de Minas para o Palácio do Planalto, deveriam cuidar deste assunto de modo prioritário, para evitar que o seu estado  continue a ter o dúbio galardão de campeão na destruição da Mata Atlântica.

 
E no Rio de Janeiro ...

 
         Não será a primeira vez, nem a última, em que o blog se deterá nos desaguadouros ilegais para a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
         A despeito das promessas estaduais – os esgotos no Rio estão a cargo do Estado e não do Município, através da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) – a Lagoa ainda recebe esgoto por meio de sua rede de captação de águas pluviais.  
         Como noticia O Globo, vistoria feita pela Comissão de Saneamento Ambiental da Assembléia Legislativa detectou dezessete pontos de presença de esgoto nas 95 galerias ao redor do espelho d’água que precisa estar limpo. Para variar, essa necessidade de limpeza se deve não tanto aos moradores do entorno, mas ao próximo magno certame das Olimpíadas de 2016.
         A par disso, é importante que o canal de acesso ao mar oceano da dita Lagoa seja mantido aberto, com dragagens contínuas, e não episódicas, na divisória da praia entre Ipanema e Leblon.
         O canal tem óbvia importância para a oxigenação da Lagoa, com vistas a que a fauna aquática seja mantida viva, e não morra aos milhares, como sucede amiúde. Que tal um vexame do gênero às vésperas das competições olímpicas ?

 
( Fontes:  CNN, O Globo )

Nenhum comentário: