sábado, 17 de janeiro de 2015

Diário da Mídia A 1

                              

Um recorde para envergonhar-nos


      Com a temperatura média no planeta em 14,6°C, o ano de 2014 superou 2010 como o ano mais quente desde 1880 ( quando se inicia o levantamento das médias mais elevadas de temperatura). Como assinala a Folha, no ano passado, a região Sudeste brasileira esteve 2°C mais quente do que a média do século XX.

      Não é à toa, portanto, que os moradores do planeta – como os habitantes do Rio de Janeiro, por exemplo – sintam mais forte a canícula, assim como apareçam pelos brasis fenômenos antes jamais vistos nem sofridos, como os tornados, apar  de  saraivadas de granizo e outras inclemências.

      O bicho homem, infelizmente, não pode culpar os céus, nem refugiar-se no cinismo dos negadores do aquecimento climático. Conferências vêm e vão, como Copenhague e a recentíssima Lima, e chefes de governo, com a China à frente, prosseguem na sua especiosa tentativa de denegar o óbvio, movidos por estranhas pulsões – egoísmo cego, irresponsáveis postergações?

      Por sua vez, depois de hesitações, Obama tem envidado esforços, como na promessa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 20% . E, no entanto, os seus nacionais já sentem os reflexos desta inação, seja nas inundações marinhas na costa leste estadunidense, na explosão dos tornados no Centro-oeste. Em outras plagas, a atmosfera pode ser, por vezes irrespirável, como  para os industriosos nacionais da aspirante à primeira potência econômica, nas metrópoles da República Popular da China.

      Enquanto isso, os irmãos Koch (os plutocratas do petróleo) subvencionam os denegadores da crise climática, ao aumentarem os seus ganhos em indústrias que empestam a atmosfera.

      Mas não devemos demonizá-los, eis que não estariam tão prósperos se não tivessem  público tão vasto de néscios e ignorantes.  O egoísmo do homo sapiens - que, pelo visto, se lixa dos pósteros - é o principal suspeito neste crime universal.

      E não se esqueçam que não são apenas as Maldivas que vão pagar o pato do aquecimento global, com a elevação do nível oceânico. Muitos outros fenômenos virão – novos e velhos – para aumentar a canasta dos sábios, e dos estudos durante e depois do desastre mundial.

 
 Mário de Andrade – afinal uma biografia?

 
         A censura judicial – que a despeito de inconstitucional continua muito viva e perniciosa – impediu por longo tempo a publicação de qualquer biografia sobre Mario de Andrade. Semelha muito provável, no entanto, que ela não mais terá forças para barrar do conhecimento público maior divulgação acerca desse grande escritor brasileiro.

        Ao se completarem 70 anos da morte do autor de Macunaíma, serão muitas as homenagens a este gigante das letras no Brasil.  Entrando a sua obra no domínio público – quando não mais se pagam direitos autorais para publicação – prevê-se ciclo de lançamentos que deverá contribuir para conhecimento mais veraz e abrangente da personalidade e dos escritos do grande escritor.

        Sairá decerto uma biografia – até hoje obstaculizada pelos herdeiros – intitulada  “Eu sou trezentos”, que é, na verdade, ensaio biográfico. Há aspectos versados até hoje tabu, como a homossexualidade de Mario, e outros jamais examinados, a exemplo de seu antissemitismo.

        Nesse contexto, a 13ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, de 1º a 5 de julho – o homenageará.

 

Negligência do Conselho de Administração ?



       Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobrás, depois de suas aparições na comissão pizza do Congresso sobre os escândalos na estatal, reitera, agora, em parecer público,  a responsabilização do Conselho de Administração da Petrobrás, por haver autorizado a compra da refinaria de Pasadena, em 2006.

      Para Cerveró, de novo preso, o Conselho, presidido na época por Dilma Rousseff, cometeu “grave falha” e foi negligente.  O prejuízo causado por tal ‘negligência’ é orçado em US$ 792 milhões.

      Como se sabe, o então presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, engrossa este coro, ao reafirmar a responsabilidade de Dilma Rousseff, então Chefe da Casa Civil de Lula da Silva, por exercer a presidência do Conselho de Administração da estatal.

      Dilma, ainda enquanto Chefe da Casa Civil, em despacho escrito à pergunta de repórter do Estadão, afirmara que o parecer técnico sobre a ruinosa operação havia sido falho e insuficiente. Houve celeuma a respeito, mas a admissão escrita de Dilma Rousseff não teve maiores consequências. Foi ela eximida de qualquer responsabilidade pelo Tribunal de Contas da União.

 

( Fontes:  Folha de S. Paulo, O Globo )

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