quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Novas do Front Cibernético Americano

                                 
 
            Será que a Casa Branca e, em especial, o Presidente Barack Obama e as autoridades da segurança nacional americana podem ainda ter fundadas dúvidas sobre o principal suspeito do gigantesco ataque cibernético contra  o JPMorgan Chase ?

           As autoridades encarregadas da questão não têm podido responder de forma conclusiva sobre a identidade do atacante, e, por conseguinte, do mandante da operação.

           Na atual fase tecnológica, é muito difícil determinar com certeza absoluta a identidade do perpetrador da ação cibernética. Por isso, as repetidas indagações do Presidente americano às autoridades diretamente responsáveis: Foi Putin ou o Crime Comum (Plain old theft)? continuariam sem resposta conclusiva.

           Quanto ao motivo – e também a outra usual pergunta aplicável a episódios do gênero – o velho cui prodest[1], afigura-se lógica a suspeição do Presidente da Federação Russa. Com efeito, por força de sua anexação da Crimeia e intervenção na Ucrânia oriental, a economia e as finanças da Rússia tem sido objeto de sanções pontuais a bancos, amigos do Kremlin, e outras atividades setoriais diretamente envolvidas nas operações de guerra.

           O já notório aventureirismo de Vladimir V. Putin tem imantado uma série de ações que visam a tornar mais dispendioso o desrespeito da política de Putin aos tratados e normas internacionais, em outras palavras, a trazer de volta o uso da força com escopo político, dentro do modelo retrô século XIX. Tais ações, lideradas pelos Estados Unidos, se conjugam com outras sanções acordadas com a União Europeia.

          Daí a compreensível desconfiança do 44º Presidente  quanto à origem do descomunal ataque cibernético ao JPMorgan Chase nesse verão boreal. 76 milhões de endereços dentro desse banco foram atingidos, mas não se determinou nenhuma movimentação de conta.

          Não houve tampouco desvio de dinheiro dessas contas. Apesar da considerável informação acessada pelos perpetradores do ataque cibernético  - nomes, números de telefone, endereços e e-mails – ela não foi, por conseguinte, utilizada para realizar episódios de fraude adicional  (v.g. transferências de conta, retiradas, etc.)

         Em outras instituições financeiras – a ADP, Bank of the West, Citigroup, HSBC e Regions Financial – assinalaram-se ataques cibernéticos que se serviram de pelo menos um dos mesmos endereços de rede (web adresses) usados para penetrar o JPMorgan. Segundo reportam  esses outros estabelecimentos, tais tentativas não teriam tido êxito.

         A arma cibernética, pela pluralidade de meios que possa utilizar, para penetrar em sistema de  estabelecimento bancário ou de  instituição oficial, pode configurar um grande desafio para a preservação dos segredos das diversas entidades interessadas. Por outro lado, a guerra cibernética pode infligir ao lado adversário grandes danos, seja pela apreensão indevida de dados confidenciais ou secretos, seja pela intromissão em áreas protegidas, o que levanta, como no caso em tela, pelo menos, três problemas de não-fácil solução: (a) determinação da autoria; (b) eventual corrupção do sistema visado; e (c) apreensão indevida de informações privilegiadas.

 

(Fonte: The New York Times)  



[1] A quem aproveita ?

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