sábado, 9 de novembro de 2013

Notícias Direto do Front

                                       
Tufão nas Filipinas

         Chamado de Haiyan na região  e de Yolanda nas Filipinas, o furacão que passou por aquele país insular, no sudeste asiático, teria alcançado entre 100 mil e 195 mil milhas por horas (com rajadas de 235 mil). Tal força o tornaria recordista mundial nessa sinistra categoria, que tanto deve ao bicho homem pela sua contribuição ao aquecimento global.
         Sem embargo, a rapidez do tufão foi paradoxalmente um fator que levou a menor destruição, e por conseguinte a menos vítimas. Na realidade, Yolanda penetrou no território filipino pela ilha de Samar, na parte oriental do país, e, em seguida, alcançou a região central do país.

         Pelo menor tempo consumido, por fortuna não provocou os dilúvios com inundações e avalanches de lama que, em vezes passadas, causaram a morte de milhares de habitantes.
         Outro fator relevante que diminuiu os óbitos, foi a presteza no anúncio para evacuação das habitações (em geral de construção frágil e, portanto, pouco resistentes a  ventos com tal pujança). Cerca de 790 mil pessoas  lograram recolher-se a abrigos que as protegeram da intempérie.

         Agora o tufão Haiyan se dirige para o Vietnam, aonde deve chegar com menor força (o que não necessariamente implica menor número de vítimas, como se assinalou acima).

 
Escaramuças em Aleppo

         A guerra civil na Síria se tem ultimamente caracterizado pela estagnação nos fronts respectivos, e pelo alegado aumento na participação de movimentos islamitas radicais, afiliados a al-Qaida e assemelhados, e o correspondente enfraquecimento da Liga Rebelde (a entidade reconhecida pela Liga Árabe).
         Depois da fase em que os rebeldes semelhavam prestes a empolgar o poder, derrubando a ditadura de Bashar al-Assad, os fracos recursos bélicos dados à Liga Rebelde (em que o Ocidente e, em especial, as hesitações de Barack Obama desempenham parte não negligenciável), e a desequilibrada munificência dos aliados do regime alauíta (a Rússia de Putin e o Irã de Ali Khamenei) deram novas perspectivas a Damasco.

        A guerra civil passou a caracterizar-se por um certo equilíbrio estratégico, o que, por contrariar a expectativa anterior, representa poderoso elemento em favor de Bashar. Tampouco tem ajudado aos rebeldes a fragmentação da oposição a Damasco, e a injeção maior dos extremistas da jihad islâmica.
        O aeroporto internacional de Aleppo não funciona há muito, pela virtual partilha dessa importante cidade no norte sírio. Agora se assiste a lutas entre os governamentais – que tentaram reapoderar-se do aeroporto – e a correspondente reação da facção rebelde. Segundo o observador de Londres do conflito, houve até o presente 40 baixas nos rebeldes e vinte nas forças de Assad.  

 
O pacífico Dalai-Lama continua a amedrontar Beijing

 
      Os chineses comunistas, que se apoderaram do Tibete em 1959, votam uma mescla comovente de ódio e medo ao Dalai-Lama, líder espiritual (e político) desse vasto país colonizado pelo Império do Meio (a exemplo do Xinjiang, no extremo Oeste).
      O tácito reconhecimento pelo Dalai-Lama da suserania chinesa, ainda que seja um exemplo de fria análise da diferença de poder entre Beijing e Lhasa (a capital administrativa da região), não é bastante para diminuir o ódio dos gerarcas chineses contra o líder espiritual do Tibete.

       A preocupação chinesa aumenta com a enorme popularidade do Dalai-Lama junto ao povo do Tibete. Apesar da repressão impiedosa – nem fotos do Dalai os tibetanos podem ter – e a monótona e contínua ação intimidatória dirigida urbe et orbi (à cidade e ao mundo), é pífio o resultado obtido nessa inglória campanha contra o Prêmio Nobel da Paz (em 1989). Só à custa da pequenez de alguns líderes (como na África do Sul, que sob pressão negou visto ao Dalai Lama), e pela timidez de outro, que concordou em admitir a firula de não receber o Dalai na sala oficial, repassando a audiência para outro cômodo menos famoso.
       Agora, a notícia de um visita de grande delegação parlamentar brasileira provocou o nervosismo dos funcionários chineses. Em jantar oferecido na residência da Embaixada chinesa em Brasília, o Embaixador Li Jinzhang sugeriu  que a comitiva de cerca 25 deputados fosse ao Tibete e não a Dharansala, na Índia (onde se acha sediado o governo do Tibete livre). Como sempre o representante de Beijing pegou pesado: ‘O Brasil tem ampliado sua relação cultural e econômica com a China e que a viagem  seria uma lesão a essas relações, uma manifestação política muito negativa’ (o grifo é do blogger para sublinhar a sutileza do aviso).

         Em resultado, só visitaram o Dalai-Lama os deputados Walter Feldman (PSB/SP) e Pastor Eurico (PSB/PE). Aos demais 25 deputados coube apenas o trem da alegria da visita a Beijing e Xangai.
 
 
 
(Fontes :  New York Times: Folha de S. Paulo)
 
 
 
 
 
 
 

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