Tufão nas Filipinas
Chamado de Haiyan na região e de Yolanda
nas Filipinas, o furacão que passou por aquele país insular, no sudeste
asiático, teria alcançado entre 100 mil e 195 mil milhas por horas (com rajadas
de 235 mil). Tal força o tornaria recordista mundial nessa sinistra categoria,
que tanto deve ao bicho homem pela
sua contribuição ao aquecimento global.
Sem embargo,
a rapidez do tufão foi paradoxalmente um fator que levou a menor destruição, e
por conseguinte a menos vítimas. Na realidade, Yolanda penetrou no território filipino pela ilha de Samar, na parte oriental do país, e, em
seguida, alcançou a região central do país.
Pelo menor
tempo consumido, por fortuna não provocou os dilúvios com inundações e
avalanches de lama que, em vezes passadas, causaram a morte de milhares de
habitantes.
Outro fator
relevante que diminuiu os óbitos, foi a presteza no anúncio para evacuação das habitações
(em geral de construção frágil e, portanto, pouco resistentes a ventos com tal pujança). Cerca de 790 mil
pessoas lograram recolher-se a abrigos
que as protegeram da intempérie.
Agora o tufão
Haiyan se dirige para o Vietnam, aonde deve chegar com menor
força (o que não necessariamente implica menor número de vítimas, como se
assinalou acima).
Escaramuças em Aleppo
A guerra civil
na Síria se tem ultimamente caracterizado pela estagnação nos fronts respectivos, e pelo alegado
aumento na participação de movimentos islamitas radicais, afiliados a al-Qaida e assemelhados, e o
correspondente enfraquecimento da Liga Rebelde (a entidade reconhecida pela
Liga Árabe).
Depois da
fase em que os rebeldes semelhavam prestes a empolgar o poder, derrubando a
ditadura de Bashar al-Assad, os
fracos recursos bélicos dados à Liga Rebelde (em que o Ocidente e, em especial,
as hesitações de Barack Obama
desempenham parte não negligenciável), e a desequilibrada munificência dos
aliados do regime alauíta (a Rússia de Putin e o Irã de Ali Khamenei) deram
novas perspectivas a Damasco.
A guerra civil
passou a caracterizar-se por um certo equilíbrio estratégico, o que, por
contrariar a expectativa anterior, representa poderoso elemento em favor de
Bashar. Tampouco tem ajudado aos rebeldes a fragmentação da oposição a Damasco,
e a injeção maior dos extremistas da jihad islâmica.
O aeroporto
internacional de Aleppo não funciona há muito, pela virtual partilha dessa
importante cidade no norte sírio. Agora se assiste a lutas entre os
governamentais – que tentaram reapoderar-se do aeroporto – e a correspondente
reação da facção rebelde. Segundo o observador de Londres do conflito, houve
até o presente 40 baixas nos rebeldes e vinte nas forças de Assad.
Os chineses
comunistas, que se apoderaram do Tibete em 1959, votam uma mescla comovente de
ódio e medo ao Dalai-Lama, líder espiritual (e político) desse vasto país
colonizado pelo Império do Meio (a exemplo do Xinjiang, no extremo Oeste).
O tácito
reconhecimento pelo Dalai-Lama da
suserania chinesa, ainda que seja um exemplo de fria análise da diferença de
poder entre Beijing e Lhasa (a capital administrativa da
região), não é bastante para diminuir o ódio dos gerarcas chineses contra o
líder espiritual do Tibete.
A preocupação
chinesa aumenta com a enorme popularidade do Dalai-Lama junto ao povo do
Tibete. Apesar da repressão impiedosa – nem fotos do Dalai os tibetanos podem
ter – e a monótona e contínua ação intimidatória dirigida urbe et orbi (à cidade e ao mundo), é pífio o resultado obtido
nessa inglória campanha contra o Prêmio Nobel da Paz (em 1989). Só à custa da
pequenez de alguns líderes (como na África
do Sul, que sob pressão negou visto
ao Dalai Lama), e pela timidez de outro, que concordou em admitir a firula
de não receber o Dalai na sala oficial, repassando a audiência para outro
cômodo menos famoso.
Agora, a
notícia de um visita de grande delegação parlamentar brasileira provocou o
nervosismo dos funcionários chineses. Em jantar oferecido na residência da
Embaixada chinesa em Brasília, o Embaixador Li Jinzhang sugeriu que a comitiva de cerca 25 deputados fosse ao
Tibete e não a Dharansala, na Índia
(onde se acha sediado o governo do Tibete livre). Como sempre o representante
de Beijing pegou pesado: ‘O Brasil tem ampliado sua relação cultural e econômica com a China e que a
viagem seria uma lesão a essas relações,
uma manifestação política muito negativa’ (o grifo é do
blogger para sublinhar a sutileza do
aviso).
Em resultado,
só visitaram o Dalai-Lama os deputados Walter
Feldman (PSB/SP) e Pastor Eurico (PSB/PE). Aos demais 25 deputados coube apenas
o trem da alegria da visita a Beijing e Xangai.
(Fontes : New York Times: Folha de S. Paulo)
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