quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Eleição Americana: Convenções



                                
       No momento, transcorre a Convenção Republicana, que vai carimbar a candidatura de Mitt Romney a Presidente, e de Paul Ryan, a Vice-Presidente.
       Para um partido que se situa solidamente à direita na área politica, e que procura mostrar a respectiva coerência por vezes através da incoerência factual, o furacão Isaac semelha haver chegado na hora certa.
      Escolher para local de uma grande reunião uma cidade na Flórida, e ainda por cima em agosto, exibe uma crença algo desmedida na sorte climática. A tempestade tropical Isaac – que a caminho de New Orleans virou furacão – recoloca na berlinda diversos tópicos, a partir da responsabilidade humana pelo aquecimento global ( e fenômenos correlatos).
      O único pré-candidato que não saíra formalmente da disputa é o libertário Ron Paul, que compareceu com o seu punhado de delegados. Foi tratado de forma bastante autoritária, eis que só poderia discursar se submetesse a intervenção ao exame do estado-maior da convenção (sob o controle do grupo de Mitt). Como o deputado pelo Texas não se curvou, ensejou pelo menos uma ideia do grau de liberdade de pensamento na dita convenção.
     Quanto aos resultados políticos da reunião de Tampa, provavelmente dará um empurrão no percentual das pesquisas de Romney. O candidato republicano que até agora não conseguira superar Obama, deverá passar à frente, graças ao chamado efeito-convenção.
     Por sua vez, com a convenção de Charlotte, na Carolina do Norte (de 4 a 6 de setembro p.f.), e a formalização da candidatura de Barack H. Obama à reeleição, tudo deverá voltar ao cenário precedente, com a ligeira vantagem do Presidente.
    Salvo erro ou omissão, essa campanha política tenderá a assinalar-se pelo equilíbrio, que é uma decorrência do estado da economia – que prejudica o presidente em exercício – e da falta de appeal específico do candidato republicano, que é um camaleão político, com rateante motivação para o eleitor americano.
    O que fará, talvez, do pleito de 2012 uma daquelas disputas interessantes (no sentido chinês da palavra), um verdadeiro toss-up (cara ou coroa), com todas as atinentes consequências de imprevisibilidade, que pode até estender-se ao domínio de Câmara e Senado.
    Em outras palavras, poderá dar em um cliff-hanger (ou enorme suspense), como foi em 1948 (com a vitória do democrata Harry Truman), ou em 2000 (com o questionável triunfo de George W. Bush, por sentença da Suprema Corte, ao determinar a suspensão da recontagem na Flórida – que daria se levada até o fim a vitória a Al Gore).  
   Que seja o que Deus quiser...

  

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