domingo, 26 de agosto de 2012

Ao Deputado Roberto Dinamite, Pres. do CRVG

          
         
            Como um torcedor do Vasco da Gama, Presidente, estou preocupado com a situação do time. Depois de ótimo começo, com pontuação plena, principiamos a perder pontos.
           Por algum tempo, no entanto, a torcida acreditou na possibilidade de o Vasco ser um concorrente sério para o título, assim como no ano passado.
          Por falar em 2111, presidente, recordo-me de seus comentários ao final do campeonato, em que se demonstrou a maneira com que o Vasco foi tungado, por diversos juízes, de oito pontos, através seja da anulação de goals – por infrações que somente o árbitro e quem sabe a comissão técnica da CBF pôde ver – seja pela não marcação de penalties, como no jogo com o Internacional, no Beira Rio, para o qual foi escalado um juiz sem condição física de acompanhar de perto a partida (este senhor, a trinta metros de distância, considerou como ‘simulação’ e deu cartão amarelo ao jogador vascaíno por um foul imaginário, ao invés de assinalar o claro pênalti cometido na área do Internacional).
          Recordei-me das suas declarações bem-comportadas, com o Corinthians já com o título, em que o senhor mostrava que pelo direito o título deveria ser do Vasco. O que me surpreendeu então é que o presidente do CRVG não se manifestasse no momento oportuno, enquanto o que aparecia ser uma operação concertada, contra esse favorecimento acintoso do Corinthians em detrimento do Vasco.
         O senhor há de ter visto a gritaria da direção do Corinthians na semana passada, por causa da validação de um gol em impedimento por um jogador do Santos. Por causa disso, senhor Roberto Dinamite, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF foi defenestrado, e o bandeirinha suspenso, para submeter-se a um necessário reaprendizado.

        Meu caro Presidente,

        que gritante diferença  entre o tratamento cinco estrelas concedido ao Corinthians pela CBF, por um goal em impedimento validado (que não decidiu campeonato algum), e aquele não-tratamento para um conjunto de operações muito mais graves, eis que implicaram na perda de oito pontos pelo Vasco, que foi por isso relegado ao lugar de vice-campeão do Brasileirão do ano passado ?
        Além da escandalosa diferença de atenção entre um grande clube do Rio de Janeiro e outro grande clube de São Paulo, a que mais devemos atribuir essa manifesta denegação de justiça ? Será que para defender os nossos direitos não caberia um pouco mais de atitude e de reclamação perante as instâncias competentes?

        Senhor Presidente,

        não duvido de seu apreço e entusiasmo pelo Vasco da Gama. No entanto, a ver-se pelo modo com que o senhor está tratando o plantel, alguém poderia até duvidar disso. Como é possível ter um clube em condições de conquistar o campeonato,  desfazendo-se de jogadores como Rômulo (da seleção), Fagner e até Diego Souza, para trazer de volta um Carlos Alberto que, a despeito de torcedor vascaíno, não acrescenta muito em termos de ataque ao Vasco.
        Aliás, o colunista de O Globo, F. Calazans chega a dizer que o Vasco de agora não tem mais ataque, e quem se atreve a contraditá-lo, enquanto deixam sozinho no ataque a Alecsandro ?
        Todos nós compreendemos a sua atitude de manter nominalmente  Ricardo Gomes como técnico, deixando o seu segundo, Cristóvão Borges, à testa da equipe. Com o desfazimento da qualidade do time, tão bem costurado por Ricardo Gomes, e a óbvia incapacidade do substituto de reequilibrar a sua armação, com os ‘valores’ à sua disposição – sem falar na crescente impaciência da torcida com o subtécnico – não será chegada a hora de resolver-se o problema do técnico ?
        Todos nós continuamos dispostos a aguardar pelo regresso de Ricardo Gomes. Só o senhor no entanto terá elementos para saber se e quando essa ansiada volta será possível. Entrementes, parece-me ser urgente a necessidade de (a) fortalecer e não enfraquecer o Vasco; e (b) considerar a hipótese de um substituto para Cristóvão Borges, sempre e quando o nosso prezado técnico Ricardo Gomes não esteja ainda em estado de reassumir plenamente o seu posto.
         Creia-me, com o apreço e a atenção de sempre  de

 

          Mauro  M.  de  Azeredo

          (torcedor do CRVG desde 1948)        

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