A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro
aceitou, com 35 votos a favor e catorze contra, abrir processo de impeachment contra o Prefeito
Marcelo Crivella. Desde a redemocratização, ele é o primeiro prefeito do Rio a enfrentar
o risco da cassação.
Crivella fica no cargo e tem dez
dias para se defender da denúncia de irregularidades em contrato de uso do
espaço urbano. A comissão que conduzirá o processo tem noventa dias para
apresentar o parecer, que irá a plenário. Crivella nega
"ilegalidades" e aduziu que "pessoas mal-intencionadas"
tentam atingi-lo.
Intenções à parte, Crivella tem
sido um dos piores prefeitos desta mui leal e heróica Cidade de São Sebastião
do Rio de Janeiro. A sua série de desatenções e faltas quanto a deveres mínimos
de um prefeito tem provocado muitas queixas dos cariocas.
Valendo-se de sua atual fé
evangélica, Crivella já destratou a dois carnavais, tendo chegado inclusive a
viajar para a Europa quando do primeiro. Por outro lado, a presença do
prefeito, em termos de implementar limpeza e ordem citadinas deixa muito a
desejar, inclusive no campo da reposição das faixas pedonais. A sua série de
"cochilos" no cumprimento dos próprios deveres - como impedir em
espaços públicos a construção de casebres et
al. - afigura-se também bastante indicativa. No Jardim de Alá, apenas a
intervenção da cidadania pôde impedir que se levantasse uma construção abusiva.
É igualmente muito ruim a
presente situação dos hospitais a cargo da Prefeitura. Outro tópico que merece muitas reservas é a
atuação da prefeitura sob Crivella no que tange àquelas pessoas que carecem de
atenções médicas periódicas.
De qualquer forma, com a
popularidade em baixa, pelas falhas no
exercício de suas obrigações em termos de transportes públicos, o impopular
Crivella terá no mínimo de costurar ampla negociação para tentar salvar o respectivo
mandato. Como é assinalado, a recepção da denúncia pela Câmara de Vereadores mostra
que a sua Administração não se acha exatamente em bons lençóis.
(
Fonte: O Globo )
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